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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Se a Educomunicação fosse uma disciplina, o que ensinaríamos?

 



Há uma década, discutíamos a implementação da Educação Integral no Ensino Fundamental. A grande questão era: como ocupar de forma significativa as horas a mais que os estudantes passariam na escola? As alternativas variavam entre aprofundar conteúdos já trabalhados, criar atividades extracurriculares ou trazer conhecimentos que realmente dialogassem com a vida dos estudantes na sociedade contemporânea.

Talvez todas as opções sejam válidas, mas a eficácia depende do interesse dos estudantes. E se, ao invés de uma atividade opcional, a Educomunicação fosse uma disciplina dentro da matriz curricular? O que ensinaria? Como seria relevante para o estudante e para toda a comunidade escolar?

Curioso, fiz essa pergunta a uma IA generativa, que respondeu com uma proposta estruturada em três grandes eixos:

1. Alfabetização Midiática e Informacional

  • Como funcionam os meios de comunicação e a mídia digital
  • Leitura crítica da informação: identificação de fake news e desinformação
  • Algoritmos e bolhas informacionais: como a internet influencia o que consumimos
  • Direitos e deveres na comunicação: liberdade de expressão, ética e privacidade
  • Jornalismo e comunicação pública: papel da mídia na sociedade

2. Produção e Expressão Midiática

  • Escrita jornalística e roteiro para mídias digitais
  • Técnicas de rádio e podcast: gravação, edição e locução
  • Fotografia e audiovisual: produção de vídeos e reportagens
  • Redes sociais e narrativas digitais: criação de conteúdos engajadores
  • Design e comunicação visual: edição de imagens e identidade visual

3. Cidadania Digital e Cultura Participativa

  • Participação ativa e comunicação para a transformação social
  • Cultura maker e inovação: uso da tecnologia para criar e resolver problemas
  • Segurança digital: ética e proteção de dados
  • Comunicação não violenta e discurso de ódio na internet
  • ODS e educomunicação: mídia como ferramenta para sustentabilidade e inclusão

Além disso, a abordagem metodológica seria baseada em projetos, conectando as atividades à realidade dos estudantes e promovendo o protagonismo juvenil. A Educomunicação dialogaria diretamente com outras disciplinas, como Língua Portuguesa, História, Ciências e Artes, transformando a escola em um espaço mais interativo e significativo.

E há 10 anos?

Uma década atrás, discutíamos entre formadores como a Educomunicação poderia ser trabalhada dentro da sala de aula. Nunca tivemos uma resposta definitiva porque, naquele momento, nosso esforço estava voltado para integrar a Educomunicação aos projetos de ampliação da jornada escolar.

Esse modelo nos colocava em uma posição confortável: grupos de estudantes escolhiam participar, o número de envolvidos era menor, e as atividades eram realizadas em espaços equipados com infraestrutura. Mas e se a Educomunicação estivesse na grade curricular para todos os estudantes?

Nesse cenário, teríamos um desafio maior: como tornar a disciplina envolvente para todos os alunos? Giz e lousa poderiam ser ferramentas, mas a chave estaria na estratégia pedagógica. Os conteúdos precisariam ser distribuídos de forma integrada a um projeto coletivo de construção do conhecimento, onde os estudantes não apenas aprendessem sobre mídia, mas se tornassem criadores e agentes transformadores da comunicação.

A pergunta que fica é: já passou da hora de tornar a Educomunicação um componente curricular obrigatória?

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Foto : Imprensa Jovem 

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