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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Educomunicação e o ECA Digital: caminhos para proteger crianças, combater a adultização e fortalecer a cidadania online

 O desafio da proteção da criança e do adolescente ganhou uma nova dimensão: o ambiente digital. Assim como o espaço comunitário, o lar e outros territórios físicos, a internet também se tornou um espaço vulnerável, onde violências virtuais colocam em risco a identidade e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Para enfrentar esse cenário, foi criada a Lei 15.211/2025, conhecida como ECA Digital (texto oficial da lei), que estabelece diretrizes para garantir privacidade, segurança, bem-estar biopsicossocial e proteção contra abusos e exploração online.

Aspectos importantes do ECA Digital

A lei determina que produtos e serviços digitais acessados por crianças e adolescentes devem assegurar a proteção integral desse público. Entre os pontos centrais estão:

  • Privacidade e segurança como princípios obrigatórios em qualquer serviço digital;

  • Verificação confiável de idade, indo além da autodeclaração;

  • Supervisão parental, com ferramentas para acompanhamento e controle do uso;

  • Restrições à publicidade direcionada e ao perfilamento, impedindo exploração comercial de dados;

  • Combate à adultização precoce, proibindo conteúdos que explorem ou sexualizem crianças;

  • Prevenção e remoção de conteúdos nocivos, como violência, exploração ou jogos de azar;

  • Relatórios de transparência e penalidades para plataformas que não cumprirem as normas.

O que é adultização?


Adultização é o processo em que crianças e adolescentes são expostos precocemente a padrões de comportamento, consumo, estética ou sexualidade típicos do mundo adulto, muitas vezes impulsionados pela publicidade, influenciadores digitais ou conteúdos impróprios. Esse fenômeno pode comprometer a infância, gerar pressões sociais indevidas e fragilizar o desenvolvimento emocional e identitário. O ECA Digital estabelece mecanismos claros para combater essa prática, exigindo que plataformas impeçam conteúdos que estimulem a sexualização precoce ou imponham modelos de consumo incompatíveis com a fase de desenvolvimento.

A Educomunicação apoiando a Educação Digital

No campo da Educomunicação, essa legislação abre caminhos fundamentais: promover oficinas de mídia para jovens com foco em cidadania digital, incentivar a produção responsável de conteúdos, desenvolver campanhas de conscientização sobre direitos digitais, realizar pesquisas sobre segurança online e criar projetos escolares que articulem ética, convivência e uso crítico das tecnologias. A integração entre a lei e práticas educomunicativas fortalece a proteção e, ao mesmo tempo, promove a autonomia de crianças e adolescentes como sujeitos digitais ativos e conscientes. 

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor 

Imagem : Pixabay

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