domingo, 28 de setembro de 2025

Educomunicação e Escuta Ativa: como ouvir os estudantes sobre as provas institucionais

A escola é um espaço de múltiplas vozes. Entre elas, a dos estudantes muitas vezes é a menos ouvida, especialmente quando o tema envolve provas e avaliações. No entanto, quando a educação se abre para a escuta ativa, dentro de uma perspectiva educomunicativa, cria-se um ambiente de diálogo, confiança e participação real no processo de aprendizagem.

O que é Educomunicação?

A Educomunicação é um campo que articula práticas educativas e processos comunicativos, promovendo o diálogo, a expressão criativa e a construção coletiva do conhecimento. No contexto escolar, isso significa criar espaços onde estudantes e professores se comunicam em pé de igualdade, valorizando a voz de cada sujeito e estimulando a participação ativa nas decisões e práticas da vida escolar.

Escuta ativa como prática educomunicativa

Escutar ativamente é muito mais do que ouvir palavras. É dar significado ao que o estudante diz, considerar suas percepções e transformar essas contribuições em ações pedagógicas. Quando a escola utiliza a escuta ativa, ela reconhece que os sentimentos, opiniões e experiências dos estudantes têm valor e devem orientar o trabalho docente.

No caso das provas institucionais, como Saresp e SAEB, essa escuta pode revelar ansiedades, inseguranças e até boas práticas que ajudam a compreender como melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

Como escutar os adolescentes sobre as provas?

Uma proposta prática para realizar essa escuta é promover rodas de conversa on-line, com recursos simples e interativos. A ideia é criar um ambiente seguro e colaborativo para que os jovens possam compartilhar suas experiências sem receio de julgamento.

Algumas perguntas que podem nortear o diálogo:

  • O que você pensa sobre as provas?

  • Por que sentimos medo ou desconforto em relação a elas?

  • Que palavras você usaria para definir uma prova?

  • Conte uma experiência boa ou ruim que já viveu em uma prova.

  • O que você pensa sobre provas institucionais (como Saresp e SAEB)?

  • Elas são importantes? O que poderia torná-las mais atraentes?

  • Se tivesse que divulgar essas provas para outros estudantes, como faria?

Além das perguntas, ferramentas digitais como enquetes rápidas, nuvem de palavras ou murais colaborativos (Jamboard, Padlet, Mentimeter) podem tornar o processo mais dinâmico e divertido.

Por que essa escuta importa?

A escuta ativa não deve ser entendida como um ato pontual, mas como uma prática pedagógica constante. Quando os estudantes percebem que suas opiniões são levadas a sério, aumenta o engajamento, a motivação e até a confiança em enfrentar desafios como as provas.

A Educomunicação nos lembra que o processo educativo é construído em rede, com todos os sujeitos envolvidos. Ao integrar escuta e comunicação, a escola não apenas prepara os estudantes para avaliações, mas também fortalece a autonomia, a criticidade e a cidadania.

Escutar os adolescentes sobre provas institucionais é uma oportunidade para transformar um momento de ansiedade em um espaço de aprendizado coletivo. Quando unimos Educomunicação e escuta ativa, damos protagonismo ao estudante, transformando a avaliação em mais um passo no caminho do conhecimento — e não apenas em uma cobrança.

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor 

Foto: Reprodução Pixabay 





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sábado, 27 de setembro de 2025

O que o Stopmotion pode ajudar na alfabetização?


A alfabetização é uma fase desafiadora na vida das crianças. Ao saírem da Educação Infantil, elas trazem na bagagem experiências marcadas pelo brincar, pela experimentação e pela descoberta. Ao chegarem ao Ensino Fundamental, encontram um cenário diferente: surgem as cobranças para “entrar no mundo das letras” e, em alguns casos, o processo passa a ser apresentado de maneira mecânica, distante da ludicidade que tanto estimula a aprendizagem.

É comum que o estranhamento aconteça. Afinal, aprender a ler e escrever envolve o corpo: o olhar que precisa reconhecer rabiscos das letras, que transforma traços em palavras, a voz do professor  que ao ler para criança tentar dar significado ao registrado na lousa.  E a cópia mecanizada e repetidora do que é chamado de letras, palavras e frases. Quando essa experiência não é prazerosa, a alfabetização pode se tornar um desafio ainda maior.

Mas, e se incluíssemos nesse processo uma linguagem divertida e envolvente, como o stopmotion?

Stopmotion e alfabetização: uma combinação possível

Muitas pessoas podem pensar: “ensinar cinema para crianças tão pequenas não é exagero?”. A resposta é: não se trata de ensinar cinema, mas sim de oferecer uma ferramenta criativa para apoiar a aprendizagem.

No stopmotion, cada movimento é registrado em fotografias (frames) que, juntas, ganham vida em forma de vídeo. Se a aplica a linguagem do plano, cena e sequencia. Se fosse na escrita as palavras seriam os planos, a cena a frase e o paragrafo a sequencia. Um conjunto de sequencia temos uma hitória.  Ao produzir suas próprias histórias, as crianças desenham, escrevem, recortam, fotografam e narram — ou seja, vivenciam a leitura e a escrita de forma audiovisual, colaborativa e divertida em rico processo educomunicativo.

Com isso, a alfabetização deixa de ser apenas um exercício de papel e lápis e passa a integrar elementos de tecnologia, expressão oral e criatividade. Além de aprender letras e palavras, a criança experimenta também uma iniciação no  letramento digital, desenvolvendo habilidades comunicativas e midiáticas desde cedo.

O resultado? Uma experiência inesquecível que transforma o aprender em algo significativo e prazeroso.

Atividade sugerida: mensagem em stopmotion

Uma forma simples e prática de integrar o stopmotion à alfabetização é propor a criação de mensagens coletivas. Veja como organizar:

  1. Tema da mensagem: por exemplo, “Dia das Mães”.

  2. Materiais: papel, lápis de cor, canetinhas, massinha ou pequenos brinquedos.

  3. Registro: use a câmera de um  camera do notebook, máquina fotografica ou celular.

    • Caso use celular, baixe o aplicativo Stopmotion Studio (gratuito e fácil de usar).

  4. Produção: cada estudante cria uma parte da mensagem, desenhando palavras ou frases curtas.

  5. Coletividade: os colegas se apoiam e juntam as partes, formando um único vídeo com as contribuições de todos.

Assim, as crianças não apenas escrevem, mas também contam histórias, se escutam e se ajudam, fortalecendo a alfabetização com sentido e colaboração.Outras ideias de atividades com Stopmotion na alfabetização

1. Poemas animados

  • Escolha poemas curtos, quadrinhas ou parlendas.

  • Cada criança ilustra uma palavra ou verso.

  • As imagens são fotografadas em sequência e depois narradas pelo grupo.
    👉 Estimula ritmo, oralidade e memorização.

2. Música ilustrada

  • Escolha uma música infantil conhecida.

  • As crianças desenham trechos da letra.

  • Cada ilustração é fotografada e depois a turma canta junto enquanto o vídeo passa.
    👉 Une musicalidade, leitura e expressão artística.

3. Alfabetário animado

  • Cada letra do alfabeto é representada por uma palavra (A de abelha, B de bola...).

  • Os alunos desenham ou montam com massinha cada letra e o objeto correspondente.

  • O stopmotion mostra letra + palavra + desenho.
    👉 Uma forma criativa de construir um dicionário visual e sonoro da turma.

4. Histórias coletivas

  • A turma cria uma narrativa simples (ex.: “Um gato saiu para passear e encontrou uma bola”).

  • Cada grupo ilustra ou monta uma cena com brinquedos, massinha ou recortes.

  • O stopmotion une todas as cenas em uma só história.
    👉 Favorece colaboração, sequência lógica e produção textual.

5. Palavras mágicas

  • As crianças escrevem palavras curtas (ex.: paz, amor, mãe, bola, sol).

  • Usam massinha ou letras móveis para formar a palavra.

  • O stopmotion mostra a palavra se formando aos poucos, letra por letra.
    👉 Reforça a consciência fonêmica e a construção da palavra.

Conclusão

A alfabetização é um ato importante que precisa ser vivido com significado pela criança. Seja escrevendo com lápis e papel, seja criando com recursos digitais, o essencial é que os dois caminhos caminhem juntos.

O stopmotion é uma ferramenta acessível, divertida e capaz de transformar esse processo em uma aventura criativa, tecnológica e cheia de descobertas.

👉 Mãos à obra! Vamos transformar a alfabetização em uma jornada de criatividade e encantamento.


Sugestão de videoaula

Aula produzida por Pedro Iuá

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Foto: Reprodução Superinteressante


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Educomunicação e o ECA Digital: caminhos para proteger crianças, combater a adultização e fortalecer a cidadania online

 O desafio da proteção da criança e do adolescente ganhou uma nova dimensão: o ambiente digital. Assim como o espaço comunitário, o lar e outros territórios físicos, a internet também se tornou um espaço vulnerável, onde violências virtuais colocam em risco a identidade e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. Para enfrentar esse cenário, foi criada a Lei 15.211/2025, conhecida como ECA Digital (texto oficial da lei), que estabelece diretrizes para garantir privacidade, segurança, bem-estar biopsicossocial e proteção contra abusos e exploração online.

Aspectos importantes do ECA Digital

A lei determina que produtos e serviços digitais acessados por crianças e adolescentes devem assegurar a proteção integral desse público. Entre os pontos centrais estão:

  • Privacidade e segurança como princípios obrigatórios em qualquer serviço digital;

  • Verificação confiável de idade, indo além da autodeclaração;

  • Supervisão parental, com ferramentas para acompanhamento e controle do uso;

  • Restrições à publicidade direcionada e ao perfilamento, impedindo exploração comercial de dados;

  • Combate à adultização precoce, proibindo conteúdos que explorem ou sexualizem crianças;

  • Prevenção e remoção de conteúdos nocivos, como violência, exploração ou jogos de azar;

  • Relatórios de transparência e penalidades para plataformas que não cumprirem as normas.

O que é adultização?


Adultização é o processo em que crianças e adolescentes são expostos precocemente a padrões de comportamento, consumo, estética ou sexualidade típicos do mundo adulto, muitas vezes impulsionados pela publicidade, influenciadores digitais ou conteúdos impróprios. Esse fenômeno pode comprometer a infância, gerar pressões sociais indevidas e fragilizar o desenvolvimento emocional e identitário. O ECA Digital estabelece mecanismos claros para combater essa prática, exigindo que plataformas impeçam conteúdos que estimulem a sexualização precoce ou imponham modelos de consumo incompatíveis com a fase de desenvolvimento.

A Educomunicação apoiando a Educação Digital

No campo da Educomunicação, essa legislação abre caminhos fundamentais: promover oficinas de mídia para jovens com foco em cidadania digital, incentivar a produção responsável de conteúdos, desenvolver campanhas de conscientização sobre direitos digitais, realizar pesquisas sobre segurança online e criar projetos escolares que articulem ética, convivência e uso crítico das tecnologias. A integração entre a lei e práticas educomunicativas fortalece a proteção e, ao mesmo tempo, promove a autonomia de crianças e adolescentes como sujeitos digitais ativos e conscientes. 

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor 

Imagem : Pixabay

sábado, 20 de setembro de 2025

Dia Internacional da Paz: quando a escola ensina o mundo a viver em harmonia



O Dia Internacional da Paz, proclamado em 1981 pela Assembleia Geral das Nações Unidas e celebrado anualmente em 21 de setembro, é um chamado global para a cessação da violência e a promoção da convivência entre os povos. A ONU e a UNESCO lembram que a paz não é apenas ausência de guerra, mas um processo ativo de construção baseado em educação, diálogo, respeito às diferenças e cooperação coletiva.

Nesse espírito, hoje em Campo Limpo aconteceu um dos momentos mais significativos do calendário educativo da cidade: a Caminhada pela Paz. Um movimento que mobilizou mais de mil pessoas — entre professores, estudantes, famílias e comunidade — que transformaram as ruas do bairro em um espaço de reflexão e celebração.

O ato simbólico foi o resultado de meses de preparação: reuniões, aulas e encontros que discutiram o que significa viver em paz, como cultivá-la e como defendê-la diante dos desafios do mundo contemporâneo. A iniciativa contou com a parceria da UNESCO Brasil, que celebrou com professores e estudantes momentos de diálogo e trocas de experiências.

Um dos pontos altos foi o desenrolar de uma grande bandeira da paz, uma verdadeira colcha de retalhos de quase 100 m², confeccionada por diferentes escolas da região. Cada pedaço da bandeira trazia a visão singular de estudantes e educadores sobre a paz — diversa, colorida e plural, como a própria sociedade.


A festa também acolheu múltiplas expressões culturais: comidas típicas da América Latina, serviços de saúde, apresentações artísticas e, claro, a cobertura especial das Agências de Notícias Imprensa Jovem e dos grêmios estudantis, que registraram cada detalhe do evento.

Para a Diretora Regional de Educação, Regina Collazo, o evento expressa um compromisso coletivo:
"É uma alegria muito grande ver a comunidade unida pela paz. Cada passo aqui é uma afirmação do compromisso com a igualdade e a justiça."

Mais do que uma celebração, a Caminhada pela Paz mostrou que a paz é uma aprendizagem coletiva. Ela precisa estar presente nos bancos escolares, no cotidiano das comunidades e na forma como nos relacionamos. Como destacou a ONU, "a paz deve ser cultivada por todos".

Parabéns à Diretoria Regional de Educação de Campo Limpo por promover um evento inspirador, que faz da escola um espaço de formação para o bem viver e para a consciência coletiva. Que a Caminhada pela Paz seja exemplo de como podemos transformar datas simbólicas em processos educativos e transformadores.

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor









segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Democracia e Juventudes


O Dia Internacional da Democracia, é celebrado em 15 de setembro desde a sua proclamação em 2007 pela Assembleia Geral das Nações Unidas. É um chamado global para reconhecer a democracia como um processo, que exige participação ativa da comunidade internacional, governos, sociedade civil e, sobretudo, dos indivíduos. A proposta da ONU é clara: tornar o ideal democrático uma realidade para todos, em qualquer lugar, como garantia de igualdade, segurança e desenvolvimento humano.

No entanto, vivemos tempos de incerteza. A ascensão de movimentos de extrema direita que encontram cada vez mais ressonância entre adolescentes e jovens em diversas partes do mundo. Esse fenômeno mostra que a democracia está em risco – e mais do que isso, revela que está sendo apropriada por discursos que seduzem parte da juventude.

Uma democracia que não escuta suas juventudes é uma falácia. Os jovens precisam de espaço de fala, de reconhecimento e de diálogo. Não são poucos os que tentam ecoar suas vozes e muitas vezes são mal interpretados ou silenciados. Greta Thunberg, Malala Yousafzai, Txai Suruí e Nupol Kiazolu são exemplos de jovens lideranças que se tornaram pontes para defender direitos, justiça social, o meio ambiente e a cultura de paz. A juventude  tem uma força descomunal. Quand o mobilizada, é capaz de abalar estruturas e questionar o status quo. Foi assim na Primavera Árabe, no movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos, no Movimento Passe Livre no Brasil e, mais recentemente, na mobilização política da Geração Z no Nepal.

Ainda assim, há um risco latente: discursos embalados sob o rótulo da “liberdade de expressão” que, no fundo, escondem uma lógica de manipulação e intolerância. São como bombas prestes a explodir no coração da democracia. É preciso lembrar que democracia não se resume à liberdade; ela é também ética, cidadania, respeito e construção coletiva.

Esses valores estão presentes na BNCC como competências essenciais a serem desenvolvidas na escola. É nesse espaço que se aprende a viver a democracia, exercitando escuta, diálogo, respeito à diversidade e participação social. No entanto, propor práticas pedagógicas democráticas muitas vezes gera resistência: são acusadas de serem “progressistas demais”, enquanto posturas conservadoras acabam por restringir o potencial transformador da educação.

O Dia Internacional da Democracia não pode ser reduzido a uma data comemorativa. Deve ser encarado como um convite à reflexão crítica e, principalmente, como uma oportunidade para que as escolas promovam discussões pedagógicas que ajudem a formar cidadãos capazes de compreender, defender e reinventar a democracia em seus múltiplos sentidos.

Por Carlos Lima -Educomunicador e professor 

Foto : Unesco- Totens que conversam sobre histórias pela paz. Acervo pessoal.


sábado, 13 de setembro de 2025

Processo educomunicativo com IA no Imprensa Jovem

A produção jornalística é uma atividade complexa. Envolve desde a escolha de um assunto até a veiculação final da matéria. Independentemente da linguagem midiática utilizada, cada etapa exige planejamento, organização e conhecimento técnico. Para jornalistas profissionais, há toda uma bagagem acadêmica que sustenta esse processo. Mas e quando falamos de estudantes do Ensino Fundamental que estão aprendendo a fazer jornalismo dentro de um projeto de Educomunicação? O desafio se torna ainda mais interessante.

Nas agências de notícias Imprensa Jovem, os estudantes assumem a responsabilidade de produzir conteúdos que serão divulgados nas redes sociais da escola e consumidos pela comunidade. É uma oportunidade de aprendizado real, onde cada fase do trabalho aproxima os jovens do fazer jornalístico e, ao mesmo tempo, desperta o olhar crítico para questões sociais.

Um exemplo prático

Missão: o Imprensa Jovem foi convidado a realizar uma reportagem sobre abandono de animais, com a proposta de conscientizar a população sobre a importância do cuidado e da responsabilidade com os pets.

Planejamento inicial:

  • Pauta: abandono de animais

  • Fontes: Secretaria da Saúde e moradores da comunidade

  • Estratégia de comunicação: vídeo curto para stories no Instagram e Facebook

  • Modalidade: reportagem com depoimentos e orientações

  • Duração: 1min20s

  • Público-alvo: moradores da comunidade escolar

  • Prazo de veiculação: 1 mês

Os responsáveis por essa produção seriam estudantes de 13 a 15 anos, atuando como repórteres, câmeras, fotógrafos e editores.

Etapas do processo

  1. Apresentação da pauta

    • Levantamento do problema por meio de reclamações de moradores.

    • Exibição de reportagens já produzidas sobre o tema como referência.

  2. Pesquisa

    • Enquetes entre estudantes e famílias.

    • Consulta a fontes confiáveis na internet.

    • Definição dos recortes mais relevantes.

  3. Planejamento da reportagem

    • Eleger os assuntos prioritários.

    • Definir fontes de informação e formas de acesso.

    • Elaborar um plano de reportagem com pautas detalhadas.

    • Fazer a curadoria dos conteúdos a serem investigados.

    • Produzir um roteiro para orientar a gravação e a coleta de depoimentos.

  4. Produção e ajustes

    • Realização de entrevistas e registros audiovisuais.

    • Revisão rápida das falas dos repórteres.

    • Adequações no roteiro, se necessário.

  5. Edição

    • Montagem do material gravado.

    • Inclusão de trilha sonora, mixagem, ajustes e legendas.

  6. Publicação e divulgação

    • Criação de títulos e resumos que engajem o público.

    • Definição dos canais de veiculação.

    • Compartilhamento nas redes sociais da escola.

O papel da Inteligência Artificial

À primeira vista, produzir uma reportagem de interesse público parece simples. Mas, quando olhamos com atenção, percebemos quantas etapas estão envolvidas. É aqui que a Inteligência Artificial pode se tornar uma aliada.

A IA pode ser integrada a diferentes momentos do processo, ajudando a dar mais agilidade e acessibilidade:

  • Na pesquisa: organizando dados, sugerindo fontes confiáveis ou sistematizando enquetes.

  • No roteiro: auxiliando na estruturação de perguntas ou na organização de fal falas.

  • Na edição: oferecendo ferramentas de corte automático, legendagem ou ajustes de áudio.

  • Na divulgação: apoiando na criação de títulos atrativos ou resumos mais claros.

Entretanto, é fundamental reforçar: IA não substitui o humano. Ela é um suporte, uma ferramenta que facilita o processo. O coração da Educomunicação está na inteligência coletiva, na participação ativa de crianças e adolescentes e na construção de sentidos em grupo.

Se não for simples e acessível, não é Educomunicação. Por isso, a integração da IA deve sempre servir para empoderar os estudantes, nunca para retirar deles a experiência criativa, crítica e colaborativa de produzir jornalismo.

Por Carlos Lima: Educomunicador  e professor 
Foto :  Formação Imersão Imprensa Jovem para Professores

Educomunicação e Escuta Ativa: como ouvir os estudantes sobre as provas institucionais

A escola é um espaço de múltiplas vozes. Entre elas, a dos estudantes muitas vezes é a menos ouvida, especialmente quando o tema envolve pr...