quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Manual para elaborar projetos de Educomunicação: Passo a passo e orientações


Os projetos de Educomunicação têm como principal objetivo promover a formação para a produção e leitura crítica da mídia e suas tecnologias no ambiente educacional acesse. Além disso, esses projetos contribuem para a cultura de paz na escola, incentivando a participação dos estudantes e promovendo práticas como a comunicação não violenta, entre outras possibilidades.

O desenvolvimento de projetos de Educomunicação é previsto na portaria. acesse. Para apoiar educadores na criação e tramitação de projetos de Educomunicação, apresentamos abaixo um guia com orientações práticas e estratégias eficazes.

Aulão explica como criar projetos de Educomunicação

1. Estruturando o Projeto

Definição e Justificativa:
O projeto deve ser elaborado com uma linguagem acessível, que permita o entendimento de toda a comunidade escolar. Ele precisa apresentar:

  • As intenções pedagógicas.
  • A justificativa para sua realização (por exemplo, como ele contribui para a cultura de paz, a formação midiática ou o uso responsável das tecnologias) acesse a Projeto de Lei 293, de 2024, Aritgo 3º.
  • O cronograma de atividades ao longo do ano.

Dica: Use um gerador de projetos para facilitar a organização. A ferramenta clique para acessar  pode auxiliar na criação de projetos claros e bem estruturados.


2. Recursos necessários

Antes de iniciar o projeto, mapeie os recursos que serão utilizados acesse. Entre os mais comuns para Educomunicação estão:

  • Equipamentos audiovisuais: câmeras, celulares, gravadores.
  • Ambientes apropriados: salas para reuniões, laboratórios de informática ou espaços multimídia.
  • Materiais de apoio: acessórios para identificação dos estudantes (crachás, camisetas, etc.).
  • Infraestrutura digital: uma conta institucional ou plataforma para compartilhamento de conteúdos e formação.

Importante: Caso a proposta inclua o uso de celulares para produção de mídia, justifique a relevância pedagógica do uso, respeitando a legislação vigente.


3. Processos de tramitação

Após a elaboração, o projeto deverá seguir um fluxo de aprovação:

1. Apresente o projeto ao Conselho de Escola para análise inicial.
2. Encaminhe o documento à gestão escolar, que deverá submetê-lo à supervisão escolar para avaliação técnica.
3. Após a aprovação pela supervisão, o projeto estará autorizado a ser implementado.

Dica: Certifique-se de que o projeto está claro quanto aos recursos e objetivos, pois isso facilita o processo de aprovação.


4. Cuidados na execução

  • Flexibilidade: O projeto é uma projeção inicial. Durante o ano, ajuste as atividades conforme as necessidades e o contexto.
  • Atualização: Atualize o projeto sempre que houver mudanças significativas, especialmente no uso de recursos.
  • Documentação: Mantenha registros das atividades e resultados obtidos para justificar futuras ações.

5. Apoio e fontes de recursos

Se necessário, busque apoio com a escola. A escolha dispõe  de recursos para aquisição, manutenção e organização e equipagem dos espaços acesse. É necessário que a proposta de investimento seja aprovada pelo APM (Associação de País e Mestres). Neste sentido é importante estar em diálogo com esta entidade. Também é possível dialogar com o Grêmio para apoiar o projeto de Educomunicação na escola. São instâncias de Participação que tem força na escola para liderar diálogos. 

Este manual é um guia inicial para que educadores possam planejar e desenvolver projetos de Educomunicação de maneira eficiente. 

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Imagem : Onezio Cruz

Consulte :  Site do Núcleo de Educomunicação acesse

Para conhecimento: Uso do celular na escola I Análise acesse

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Liberdade de expressão, regulação e Educação Midiática: O futuro das redes sociais

 


Recentemente, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou mudanças significativas para o Facebook, Instagram e WhatsApp acesse. A proposta central é resgatar a liberdade de expressão nas redes sociais, substituindo as agências de checagem profissionais por um sistema de notas da comunidade acesse. Em outras palavras, as plataformas dariam mais liberdade para os usuários postarem seus conteúdos, mas deixariam a responsabilidade sobre a veracidade e os impactos dessas postagens nas mãos de quem as compartilha.

Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, ela traz consigo a necessidade de responsabilidade. Quando conteúdos prejudicam indivíduos ou grupos, a responsabilidade deve recair sobre quem os produziu ou disseminou. No entanto, a ausência de regulação adequada pode transformar as redes em um espaço onde notícias falsas, discursos de ódio e desinformação proliferam sem controle.

A regulação das redes sociais: cenários e debates

A regulação das plataformas é uma realidade em algumas regiões, como na Europa, onde medidas mais rígidas visam responsabilizar as empresas pelo conteúdo que circula em suas redes. No Brasil, essa questão está em discussão. Recentemente, o deputado Paulo Paim destacou na Câmara Federal a importância dessa regulamentação para promover respeito aos direitos humanos, combater o racismo, preconceitos e discriminações, e criar um ambiente digital seguro e inclusivo. acesse

Apesar disso, as grandes plataformas resistem à ideia, alegando desafios técnicos e financeiros, além de possíveis impactos na liberdade de expressão. Enquanto isso, jovens de regiões periféricas, que muitas vezes impulsionam o alcance das redes com criatividade e engajamento, sofrem os efeitos negativos de um ambiente desregulado. Eles enfrentam conteúdos nocivos, como fake news, discursos de ódio e até a exposição a jogos de azar, enquanto a sociedade responde com leis que muitas vezes restringem o acesso em vez de educar.

Educação: A chave para a navegação segura e crítica

Problemas complexos, como a desinformação, exigem soluções igualmente complexas. A educação, nesse contexto, é essencial. Ela forma usuários críticos e conscientes, capazes de navegar na internet com segurança e responsabilidade. Projetos de Educomunicação nas escolas têm como prioridade a formação de leitores críticos da mídia, oferecendo caminhos para o uso ético e seguro da tecnologia.

Formar cidadãos éticos e conscientes é também preparar produtores de conteúdo que promovam a paz e o diálogo, em vez do conflito. Assim, a regulação das plataformas precisa vir acompanhada de iniciativas educacionais que empoderem os cidadãos a lidar com os desafios do mundo digital de maneira emancipada.

Aulão - Criação de projeto de checagem de notícias na escola - Agência Fact Checking na escola

A regulação e a educação nas escolas

Nas salas de aula, a discussão sobre regulação das redes sociais e liberdade de expressão deve ser uma pauta constante. É importante abordar temas como o uso responsável da tecnologia, a navegação segura e a ética na produção e consumo de conteúdo. Essas discussões não apenas preparam os adolescentes para o mundo digital, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A liberdade de expressão é um pilar da democracia, mas ela só pode florescer em um ambiente onde a responsabilidade, a ética e a educação caminham lado a lado. Regular as plataformas é um passo importante, mas é apenas parte da solução. A outra parte está em formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de transformar o ambiente digital em um espaço de respeito e construção coletiva

Projetos inspiradores  

Projeto Agência de Checagem de Notícias  - Caçadores de Noticas Falsas acesse

Projeto Fake News to fora acesse

Projeto Henfil  para combate a Fake News acesse 


Por Carlos Lima: Educomunicador e professor

Imagem: Imprensa Jovem - Preparando a pauta usando o celular para pesquisa 

Educomunicação: Um caminho para a inclusão e o desenvolvimento da leitura e escrita


Estudantes que enfrentam dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa frequentemente se sentem excluídos no ambiente escolar. Essa exclusão assemelha-se à experiência de um estrangeiro em seu próprio país, incapaz de compreender textos básicos e participar plenamente da dinâmica social da escola. A leitura e a produção escrita, aspectos fundamentais no processo educacional, tornam-se barreiras que limitam a inclusão social e o aprendizado.

Historicamente, escrever bem era sinônimo de uma caligrafia impecável. Aulas de caligrafia e a obrigatoriedade de escrever em letras cursivas marcaram gerações. No entanto, com o avanço das tecnologias digitais, as práticas de leitura e escrita se transformaram radicalmente. Hoje, as pessoas têm acesso instantâneo a uma ampla gama de conteúdos por meio de dispositivos móveis, e a escrita à mão foi substituída por interações digitais rápidas e sintéticas, como mensagens no WhatsApp ou comentários em redes sociais.

A sociedade atual, movida pela velocidade da informação, exige textos curtos, objetivos e interativos. Essa dinâmica, embora facilite o acesso ao conhecimento, pode comprometer a profundidade da leitura e a qualidade da produção escrita. Nesse cenário, surge a Educomunicação como uma aliada no desenvolvimento de leitores críticos e escritores competentes.

A contribuição da Educomunicação

A Educomunicação integra práticas pedagógicas e comunicacionais para transformar estudantes em produtores e consumidores conscientes de mídia. O jornalismo, em particular, oferece uma abordagem acessível e envolvente para estimular a leitura e a escrita. Ao trabalhar com gêneros textuais como notícias, crônicas e artigos de opinião, os estudantes desenvolvem habilidades fundamentais de linguagem em uma atmosfera multimídia.

Ferramentas como jornais murais, fanzines, revistas digitais e blogs tornam-se pontes entre os jovens e a escrita, incentivando a criatividade e a expressão. Além disso, essas atividades promovem o uso de uma linguagem simples e inclusiva, capaz de engajar diferentes perfis de leitores.

Imprensa Jovem: Educação midiática em ação

Um exemplo inspirador é o programa Imprensa Jovem, uma agência de notícias estudantil que há anos promove a educação midiática nas escolas. Por meio desse programa, estudantes têm a oportunidade de vivenciar o jornalismo como forma de expressão e investigação. A iniciativa não apenas fortalece as competências de leitura e escrita, mas também incentiva a colaboração, a pesquisa e o pensamento crítico.

Ao explorar diferentes suportes de leitura e escrita, como textos impressos, digitais e audiovisuais, o Imprensa Jovem potencializa o aprendizado interdisciplinar, conectando a Língua Portuguesa a outras áreas do conhecimento.

Leitura empática e inclusiva

Para engajar estudantes na leitura, é essencial oferecer conteúdos que despertem interesse e diálogo. A escolha de materiais deve considerar não apenas os critérios acadêmicos, mas também as preferências dos jovens. O jornalismo, com sua linguagem clara e temas relevantes, é uma ferramenta poderosa para tornar a leitura mais acessível e significativa.

A Educomunicação, ao integrar práticas comunicativas à educação, promove uma formação mais conectada às demandas da sociedade contemporânea. Nesse processo, ler e escrever deixam de ser apenas obrigações escolares e se tornam instrumentos de inclusão, expressão e transformação social.

Por Carlos Lima : Educomunicador e professor

Foto: Imprensa Jovem 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Educomunicação, Cinema e Educação: Reflexões sobre formação crítica nas escolas

O cinema tem o poder de trazer à tona memórias e debates sobre períodos marcantes da história, como a ditadura militar no Brasil, destacando sua repressão política e a luta pela liberdade de expressão. Essa abordagem vai além dos livros e documentos, ajudando a sociedade a refletir sobre temas sensíveis que ainda ecoam em nosso presente.

O filme "Ainda Estou Aqui", história do deputado Rubem Paiva, desaparecido durante a ditadura, e a busca incansável de sua companheira por respostas revelam as cicatrizes desse período. O cinema brasileiro, por sua vez, tem registrado essas narrativas, conquistando reconhecimento internacional, como no Globo de Ouro, e abrindo espaço para reflexões profundas.  que premio a atriz  Fernanda Torres demonstra a relevância dessa arte como uma ferramenta de intervenção cultural e social.

Trailler do filme "Ainda Estou Aqui"

Seja para documentar os horrores do passado ou para refletir sobre o presente, o cinema também pode ser usado de forma ideológica, como ocorreu na Alemanha nazista sob a liderança de Joseph Goebbels acesse. No entanto, essa mesma linguagem pode servir como um poderoso instrumento de educação crítica, contribuindo para debates e novas interpretações históricas.

Na perspectiva da Educomunicação, o cinema é uma ferramenta pedagógica que pode mobilizar a ação formativa sobre temas áridos, tabus ou pouco explorados no ambito educacional durante as aulas. Como destaca o professor Ismar Soares (USP), essa prática tem raízes históricas, desde as preocupações do Papa Pio XI acesse sobre o impacto do cinema na sociedade. No Brasil, a Lei 13.006/2014 reforça essa ideia ao prever a exibição de duas horas semanais de filmes nacionais nas escolas, uma ação que conecta a produção audiovisual às políticas públicas de educação.

Iniciativas como cineclubes ou a exibição de filmes em sala de aula podem promover uma educação de qualidade alinhada ao ODS 4 da ONU acesse, que busca garantir a formação integral dos estudantes. Com planejamento pedagógico, debates e conexão ao currículo, o cinema na educação transforma a experiência de aprender, estimulando o pensamento crítico e o engajamento social.

Saiba mais sobre a Lei 13.006/2014 e explore o potencial do cinema como aliado da educação: Grupo Cinema Paradiso.

Por Carlos Lima: Educomunicador e professor

Imagem: Onezio Cruz

Sugestões de leitura

Artigo do professor Ismar de Oliveira Soares - Vertentes históricas de aproximação entre Comunicação e Educação  acesse

Cineclubismo - Organização e funcionamento acesse

domingo, 5 de janeiro de 2025

Imprensa Jovem e Finlândia: O que a Educação Midiática brasileira pode ensinar ao mundo


Os dados mais recentes do PISA (2024) revelam uma mudança no cenário educacional global: a Finlândia, por décadas um exemplo inquestionável de excelência, perdeu posições no ranking de qualidade educacional acesse. Fatores como mudanças na sociedade, maior integração tecnológica entre as juventudes, impactos econômicos nos investimentos em educação e o crescimento de populações imigrantes são apontados como desafios que dificultam a manutenção do país no topo.

Essas transformações são inevitáveis e refletem a necessidade de adaptação constante. Afinal, jovens de hoje – sejam crianças ou adolescentes – vivem contextos históricos e sociais diferentes dos de gerações anteriores. Para compreendê-los e educá-los de forma eficaz, é imprescindível escutá-los e permitir sua participação ativa na construção do conhecimento.

Embora o Brasil ainda esteja distante de alcançar o patamar de excelência educacional da Finlândia, seria um erro subestimar as iniciativas inspiradoras que emergem do cenário nacional. O Programa Imprensa Jovem, por exemplo, demonstra há duas décadas que, no campo da Alfabetização Midiática e Informacional (AMI), o Brasil não apenas acompanha tendências globais, mas frequentemente inova e se destaca.

Ao longo de 20 anos, o Programa Imprensa Jovem, idealizado pela Prefeitura de São Paulo, tem mostrado que é possível estar na vanguarda da AMI mesmo em um contexto de desafios estruturais. Inspirado por práticas como as da Finlândia – referência global na integração de AMI ao currículo escolar –, o programa brasileiro diferencia-se por sua abordagem prática, inclusiva e culturalmente adaptada.

Sua metodologia promove protagonismo juvenil, pensamento crítico, uso ético da tecnologia e um profundo compromisso com a formação cidadã. Isso coloca o Imprensa Jovem não apenas como um exemplo de política pública bem-sucedida, mas como uma iniciativa capaz de transformar o cenário educacional brasileiro e inspirar práticas globais.

Assim, enquanto a Finlândia enfrenta novos desafios, o Programa Imprensa Jovem reafirma que a educação no Brasil possui, sim, potencial para liderar inovações e redefinir os rumos da Alfabetização Midiática e Informacional no mundo. Afinal, o futuro da educação depende de iniciativas que não apenas acompanhem mudanças sociais, mas que as antecipem e as transformem em oportunidades de aprendizado e evolução.

Por Carlos Lima : Educomunicador e professor

Imagem : Arte desenvolvida por Onezio Cruz

Aulas conectadas com o mundo por meio do jornalismo

 


O jornalismo desempenha um papel essencial na sociedade: informar as pessoas sobre temas relevantes do dia a dia, de forma acessível e compreensível. No entanto, nem sempre os assuntos tratados são simples. Áreas como economia, ciência, tecnologia, geopolítica e cultura, por exemplo, frequentemente envolvem temas complexos e desafiadores. É justamente nesse cenário que o jornalismo se destaca ao traduzir esses tópicos em uma linguagem mais acessível para o público em geral.

Veículos como o Jornal Nacional, que ocupam horários nobres, exemplificam como o jornalismo consegue alcançar diferentes públicos – desde classes populares até segmentos mais elitizados – com uma abordagem democrática. A chave para esse alcance está na capacidade do jornalismo de decodificar, estruturar e apresentar informações de forma rápida e impactante. E é justamente essa característica que torna o texto jornalístico uma ferramenta poderosa para a educação de crianças e adolescentes.

Ao incorporar textos jornalísticos, reportagens televisivas, fotos e programas de rádio em sala de aula, os educadores conseguem abordar temas complexos com uma linguagem clara e direta, respeitando um dos princípios básicos do jornalismo: facilitar a compreensão. Esse processo não apenas torna o aprendizado mais dinâmico, mas também oferece aos estudantes a oportunidade de comparar informações de diferentes fontes. Essa prática estimula a análise crítica e amplia a compreensão sobre o tema, ao permitir que os alunos identifiquem os vieses dos veículos de comunicação.

Certa vez, um coordenador pedagógico me contou sobre as dificuldades de compreensão que os alunos de sua escola enfrentavam com textos jornalísticos. Ele explicou que, embora esses textos sejam impessoais e objetivos, simplesmente trazê-los para a sala de aula não é suficiente. É necessário conectar os temas a assuntos que façam sentido para os estudantes. Diferente de uma história literária, que carrega uma conexão afetiva e linguagem subjetiva entre autor e leitor, o assunto jornalisticos é impessoal exige estratégias específicas para gerar engajamento.

É aqui que entra a mediação educomunicativa, que constrói pontes entre o texto, o contexto e o estudante. Essa abordagem promove discussões, leituras e diálogos significativos. O jornalismo oferece um terreno fértil para essas interações, seja por meio de leitura crítica ou da produção de conteúdos midiáticos.

Trazer o jornal para a sala de aula, portanto, pode ser uma ferramenta potente para desenvolver a competência leitora dos alunos. Quando bem planejadas, as aulas podem conectar conteúdos jornalísticos aos temas do currículo escolar, ampliando o repertório cultural e crítico dos estudantes. Estratégias como perguntar as impressões dos alunos sobre um tema, apresentar reportagens para contextualização, realizar leituras coletivas e explorar diferentes mídias tornam o processo de aprendizado mais construtivista.

Dessa forma, o jornalismo na educação não é apenas uma forma de transmitir conhecimento, mas também de formar cidadãos críticos, capazes de interpretar e questionar o mundo ao seu redor. Isso, sem dúvida, conecta as aulas à realidade e prepara os estudantes para os desafios do presente e do futuro.

Por Carlos Lima : Educomunicador e professor

Foto:  Pixabay

sábado, 4 de janeiro de 2025

Educomunicação e Design Thinking: Redesenhando a experiência de aula


Apesar de seguir um programa curricular, a aula deve ser planejada com empatia, considerando as intenções pedagógicas e as necessidades dos alunos. Afinal, de que adianta entregar conhecimento se ele não ressoa com quem está aprendendo?

A experiência em sala de aula frequentemente segue um “cerimonial” pré-definido: chamada, introdução do conteúdo, explicação, exercício e encerramento. Esses 45 minutos podem ser desmotivadores, especialmente quando o conteúdo é apresentado de forma árida ou distante da realidade do estudante. Não é incomum que muitos não enxerguem a relevância do que estão aprendendo, tornando a aula um momento de desconexão, em vez de inspiração.

E se redesenharmos a aula?
A proposta é adotar processos educomunicativos para transformar a aula em uma experiência mais envolvente. Isso significa comunicar não apenas de forma efetiva, mas também afetiva. O professor pode começar com um contexto significativo, como um brainstorming para mapear os interesses dos estudantes, e seguir por um caminho pedagógico que desperte a curiosidade e promova a apropriação do conteúdo.

Aqui entra o Design Thinking como um aliado poderoso. Essa abordagem centrada no ser humano ajuda a co-criar soluções educativas que tornam o aprendizado mais significativo. Em vez de apenas transmitir o conteúdo, o professor passa a desenvolver experiências que solucionem um problema: "Por que os estudantes não conseguem aprender ou se engajar com este conteúdo?"

O papel do Design Thinking na educação
A metodologia do Design Thinking propõe cinco etapas para criar aulas mais interessantes:

  1. Empatia: Entender os interesses, desafios e necessidades dos estudantes.
  2. Definir: Identificar o problema central da aprendizagem.
  3. Idear: Gerar soluções criativas e colaborativas para tornar o conteúdo mais acessível.
  4. Prototipar: Criar atividades ou estratégias pedagógicas inovadoras.
  5. Testar e Implementar: Avaliar as soluções em sala e ajustar conforme necessário.

Essas etapas podem ser aplicadas em colaboração com professores da mesma área do conhecimento ou diretamente com os estudantes. Por exemplo, ao preparar uma formação para avaliações institucionais ou ao desenvolver projetos de intervenção comunitária.

Educomunicação e Design Thinking: um casamento possível
A combinação de Educomunicação com Design Thinking potencializa a criatividade, promove a interação e transforma a aula em um espaço mobilizador. Sai o ambiente rígido e entra um cenário agradável, estimulante e colaborativo. A co-criação não apenas aprimora o design da aula, mas também fortalece o ecossistema comunicativo, conectando o desejo de ensinar do professor ao interesse de aprender do estudante.

O resultado? Uma aula com movimento, que inspira, engaja e prepara o estudante para aplicar o aprendizado em sua vida e comunidade. Essa união de metodologias é um convite para sair da zona de conforto e revolucionar a prática docente.

Então, vamos redesenhar as aulas? Afinal, o desejo de aprender começa com um bom problema a ser resolvido, e o diálogo e a integração são as chaves para alcançá-lo

Por Carlos Lima : Educomunicador é professor 

Foto:  Pixabay 


Manual para elaborar projetos de Educomunicação: Passo a passo e orientações

Os projetos de Educomunicação têm como principal objetivo promover a formação para a produção e leitura crítica da mídia e suas tecnologias ...