Com 13 anos, quase desisti da escola. Sempre fui boa aluna, mas sentia que meu potencial era minguado pelo sistema de ensino tradicional. A passividade da sala de aula me sufocava, e eu não me sentia participante do processo de construção do conhecimento. Foi quando tudo mudou: ao ingressar no programa Aluno Monitor e, depois, no Imprensa Jovem, encontrei propósito. De aluna desmotivada, tornei-me protagonista. Produzi reportagens sobre minha comunidade, conectei alunos e professores na sala de informática e descobri o impacto que a Educação pode ter.
Então veio 2020. A pandemia revelou um desafio gigantesco: como a educação remota alcançaria famílias sem acesso ao mundo online? Aos 14 anos, com minha colega Winnie, criamos um projeto para ensinar essas famílias a navegarem no digital. Mais de 50 mil vidas foram transformadas.
Essa iniciativa me levou longe. Palestras, reconhecimento e o convite para ser Jovem Embaixadora da Inspiring Girls. Minha voz alcançou a UNESCO, a USP e outros espaços que antes pareciam inatingíveis. Mas o impacto verdadeiro era sempre sobre os outros, sobre mostrar que é possível.
Enquanto isso, no técnico de Desenvolvimento de Sistemas, criei com amigos a Bloomie, uma rede social focada no futuro dos jovens. Foi um reflexo de tudo que aprendi sobre empatia, inovação e colaboração.
E quando decidi pausar tudo por um ano para me dedicar ao vestibular, enfrentei o desafio mais difícil da minha vida: estudar incansavelmente para disputar espaço na universidade pública. O esforço valeu a pena. Passei não só na USP (duas vezes!), mas também na Unicamp, no IFSP e na Fatec.
Escolhi Sistemas de Informação na USP, uma escolha que honra minha jornada no técnico e reflete minha paixão por construir soluções que conectem pessoas.
Minha trajetória é uma prova de que a periferia é potência. Persistir é abrir caminhos. E meu sonho é ver histórias como a minha deixarem de ser exceção para se tornarem regra. Porque transformar vidas é possível, e começa por acreditar que cada aluno tem o poder de mudar o mundo.
Por Ayla Santos - Universitária e Educomunicadora do Imprensa Jovem
Mulher preta de periferia poderosa e linda de um coração gigante orgulho, emoção,amor e ancestralidade te amamos !!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu nome e Marcos, sou um colega da Ayla, um grande amigo do pai dela o Valmir, que está muito feliz pela iniciativa dela, e deste empenho dele pela menina que ela está sendo, só tenho a dizer a ela, parabéns pois o céu e o limite e está foi uma grande conquista, ...
ResponderExcluirAyla, continue assim, pois muitos tentam está façanha, de ser alunos da USP, e você está sendo a maioral, parabéns fico feliz por você, e pela educação que seu pai ter propôs e lhe deu, parabéns Ayla. O Valmir é seu grande paizão.