quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Educomunicação e Protagonismo Estudantil: Quando o Clima Entra em Pauta nas Escolas


Como estudantes da Rede Municipal de São Paulo estão usando a comunicação para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e promover o bem viver ?

Em tempos de emergência climática, uma nova geração de estudantes da Rede Municipal de Ensino de São Paulo está assumindo o protagonismo para transformar o mundo — começando por sua própria escola. O que antes parecia um tema distante dos muros escolares, como a COP 30 ou o aquecimento global, agora ganha vida nas vozes, nas ideias e nas produções de meninas e meninos que se tornaram mediadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Durante o curso “Imprensa Jovem Estudante Mediador dos ODS”, educadores e estudantes foram desafiados a desenvolver projetos comunicativos que conectassem os grandes temas globais aos problemas locais. E mais: que esses projetos pudessem ser contados, registrados e compartilhados como pitches – vídeos curtos e impactantes – para inspirar outras comunidades escolares a repensar suas práticas e territórios.

O que é o pitch?

O pitch é uma apresentação rápida e direta de uma ideia ou projeto. No caso da formação, a proposta era que professores e estudantes apresentassem soluções comunicativas para problemas reais da escola ou da comunidade, com foco nos ODS. Esses pitches poderiam ser feitos por vídeo e tinham como base um documento essencial no planejamento: o RAE – Roteiro de Atividade Educomunicativa (conhecido também como “RAE”).  

Educação que transforma: da horta ao Instagram

Ao longo dos encontros, surgiram ideias diversas e criativas. Em vez de apenas falar sobre o problema do lixo ou da horta escolar, os participantes foram convidados a pensar mais fundo: como a escola pode se tornar um espaço de bem viver? Como a comunicação pode ser usada para impactar positivamente a comunidade?

A resposta veio em forma de projetos que uniram comunicação, empatia e ação. Estudantes do Ensino Médio criaram uma “Editoria do Clima” no perfil da escola nas redes sociais, abordando os problemas ambientais do bairro e marcando diretamente os perfis de instituições públicas para buscar soluções. Crianças da Educação Infantil fizeram um podcast denunciando, com a inocência e força da infância, a destruição do planeta – sensibilizando a comunidade com uma comunicação simples, mas profunda.

Do planejamento à ação: a potência do RAE

O RAE (Roteiro de Atividade Educomunicativa) foi uma ferramenta-chave nesse processo. Ao estruturar uma ideia com objetivos, recursos, públicos e desdobramentos, o professor consegue visualizar melhor a potência de seu projeto e colaborar com os estudantes em sua execução. A partir dele, surgem os pitches, os vídeos e, principalmente, as atitudes que podem mudar realidades.

Como disse uma das participantes da formação:

“Quero salvar o planeta, mas ainda nem conheço a realidade da minha escola.”

Essa frase resume o espírito da atividade: o caminho para transformar o mundo começa pelo nosso próprio território. Seja o pátio da escola, o córrego ao lado, a sala de aula ou a praça da comunidade.

Clique para criar e conhecer o RAE.

📢 Comunicação para afetar – no melhor sentido da palavra

A proposta de usar a comunicação para criar um “efeito contágio” positivo ficou evidente nos relatos dos professores. Quando estudantes e educadores se tornam autores de suas narrativas, com vídeos, jornais murais, podcasts ou campanhas, eles ativam algo poderoso: a escuta e o afeto. E é nesse afeto que mora a verdadeira transformação.

Projetos que envolvem crianças pequenas, por exemplo, têm alto poder de sensibilização. Um vídeo de 30 segundos gravado por uma criança convidando as famílias para um evento gerou 7 mil visualizações nas redes sociais da escola – um número surpreendente para uma comunidade que geralmente não ultrapassa 100 visualizações por postagem.

🌍 Do global ao local: trazer os temas globais para comunidade

Com as mudanças climáticas exigindo ações urgentes, pensar global e agir local nunca foi tão necessário. A Educomunicação entra como ponte entre o conhecimento e a ação, entre a escola e a comunidade, entre a informação e o afeto.

Seja com jornal mural, podcast, cartaz, vídeo ou roda de conversa, o importante é comunicar com propósito. E é isso que o Programa Imprensa Jovem vem fortalecendo: a voz dos estudantes como ferramenta para transformar o mundo.


Aulão de Educomunicação sobre criação de Pitch para o curso Imprensa Jovem Estudante Mediador dos ODS


Quer saber mais sobre ações desenvolvidas pelo Imprensa Jovem?
Acesse educomimprensajovem.blogspot.com
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Por Carlos Lima: Educomunicador e professor 

Foto: Criação de Jogo "Destroy Your Moles, Warts" ( Pinterest )


Um comentário:

  1. Como professora de uma EMEBS escola bilíngue para alunos surdos Emebs Anne Sullivan da prefeitura de São Paulo é desafiador participar desse projeto, muito aprendizado. Vivenciar nossos alunos participantes protagonistas faz-nos refletir como os projetos são essenciais e vão além da sala de aula na construção de alunos que se conectam com os problemas vividos pelo mundo.

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