quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Aulão de Educomunicação pelas Ondas do Vídeo


O uso do audiovisual na educação enriquece o aprendizado ao promover criatividade, pesquisa, colaboração, comunicação, o uso de tecnologias, e uma imersão nos processos de criação. Com a facilidade de captura de imagens proporcionada por dispositivos móveis, todos podem se tornar produtores de conteúdo audiovisual. Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça ou, talvez, uma ideia bem estruturada antes de segurar a câmera? A segunda opção é mais eficiente pedagogicamente, pois parte de uma construção intencional.

Da Ideia ao Filme

O processo começa com a definição de um tema ou assunto a ser desenvolvido em vídeo. Em seguida, o próximo passo é roteirizar: planejar a captação das imagens, pensar na montagem, e misturar registros visuais, sonoros e textuais para dar forma ao filme. Capturar uma imagem é fácil, mas criar um vídeo que conte uma história e engaje as pessoas é um processo mais complexo, cheio de oportunidades de aprendizado.

Educomunicação: Metodologia de Protagonismo

A criação audiovisual em uma perspectiva educomunicativa envolve uma metodologia que valoriza o protagonismo e a participação. O coletivo é fundamental, unindo diferentes papéis como atores, apresentadores, repórteres, fotógrafos, videomakers, produtores e redatores. Assim como em um time esportivo, cada integrante cumpre uma função específica, mas é o trabalho em equipe que leva ao sucesso. O roteiro é o plano estratégico que direciona o processo, garantindo que o resultado final toque e envolva o público.

Roteirizando: O Coração da Produção

Roteirizar não é só escrever o que será dito ou mostrado. A narrativa deve ser organizada em uma sequência lógica, detalhando cada passo da história. Com o roteiro definido, é hora de criar o storyboard: desenhos que ajudam a visualizar as cenas e definir enquadramentos, como planos gerais (que mostram o ambiente), planos médios (que focam na ação) e planos aproximados (que destacam detalhes). Este planejamento assegura que todas as imagens necessárias sejam capturadas, mesmo fora de ordem, pois a montagem organizará tudo conforme o roteiro.


Gravando: A Arte da Captura


Capturar imagens e som é transformar ideias em matéria-prima para o vídeo. Lembre-se: a câmera, seja um celular ou filmadora, captura luz. Portanto, a iluminação é fundamental.

A luz principal (chamada de luz-chave) deve ser posicionada de frente para o objeto ou pessoa, iluminando de maneira suave e equilibrada. Em técnicas de iluminação de 2 pontos ou 3 pontos, a luz-chave é a principal fonte de iluminação.

Iluminação de 2 pontos: Neste caso, utiliza-se uma luz-chave e uma luz de preenchimento. A luz de preenchimento é mais suave e serve para diminuir sombras indesejadas criadas pela luz principal. O contraste gerado pela luz-chave e o preenchimento deve ser ajustado de acordo com o efeito desejado.

Iluminação de 3 pontos: Aqui, além da luz-chave e da luz de preenchimento, inclui-se a luz de fundo ou luz de contra (backlight), que ajuda a separar o objeto ou pessoa do fundo e criar uma sensação de profundidade na cena. A luz de fundo deve ser mais sutil, para não ofuscar a cena principal, mas deve ser suficiente para destacar o contorno do sujeito.

Além disso, a qualidade do áudio também é essencial. Microfones como boom, lapela ou outros tipos direcionais podem melhorar significativamente a captação sonora, garantindo que o áudio seja claro e sem ruídos indesejados.

Montando: Transformando Matéria-Prima em Arte

A montagem é onde a mágica acontece. Usando um editor de vídeo, os elementos capturados são organizados, cortados e ajustados para manter o ritmo e a coesão. É importante eliminar conteúdos desnecessários para tornar o vídeo mais dinâmico. Inserir legendas, introduções, créditos e mixar com música, efeitos sonoros e narrações é essencial para atrair o público. O objetivo é garantir que o vídeo não tenha “barrigas” — partes entediantes ou excessivas —, deixando-o com um ritmo ágil e cativante.

Divulgando: Levar o Vídeo ao Mundo

Com o vídeo finalizado, é hora de divulgá-lo. Desde o início, é importante ter em mente o público-alvo e os canais que ele frequenta, como YouTube, Instagram ou TikTok. Prepare a divulgação estrategicamente, garantindo que o conteúdo atinja as pessoas certas e gere engajamento. O audiovisual pode assumir diferentes formatos, como documentários, reportagens ou animações em stop-motion. Experimente para descobrir o que melhor ressoa com o seu público.

Por Carlos Lima

Imagem : Freepik 

domingo, 10 de novembro de 2024

Festival Imprensa Jovem "Onde tudo começou"


No dia 5 de novembro, o CEU Parque São Carlos, em São Miguel Paulista, foi palco de um evento que reuniu cerca de 500 estudantes e 27 agências de notícias do projeto Imprensa Jovem. Denominado "Imprensa Jovem Fest - Onde tudo Começou", o encontro fez referência à região onde foi criada a primeira agência estudantil do programa. Com apoio do dirigente regional Jair Sipioni, a iniciativa celebrou a produção midiática escolar, marcada por apresentações de estudantes, projetos e um talk show interativo. 

Em uma visita técnica do Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Sipioni expressou o desejo de realizar um encontro entre os estudantes do Imprensa Jovem: “Se temos encontros dos Grêmios, temos que ter encontros do Imprensa Jovem.” O evento se tornou realidade por meio de uma articulação conjunta entre as Divisões Pedagógica (DIPED) e Educacional (DICEU), que organizaram uma reunião para ouvir sugestões de professores e consolidar o festival.

Entre os destaques do evento, estava Laís Costa, ex-aluna e uma das participantes mais antigas do programa, que compartilhou como sua experiência com o Imprensa Jovem foi fundamental para sua formação e carreira. Hoje, sócia de uma agência de publicidade, Laís relembrou sua trajetória desde o Ensino Fundamental, passando pelo projeto Educom.Radio e experiências como apresentadora de TV. "Foi uma oportunidade única que influenciou minha carreira e minha visão de mundo", declarou.

Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação e criador do Programa Imprensa Jovem, enxerga o festival como um marco para a expansão do projeto, defendendo a realização de edições do evento em todas as Diretorias Regionais de Educação (DREs) de São Paulo. "O Imprensa Jovem Fest permite um intercâmbio de projetos, fomenta a formação de jovens comunicadores e cria experiências inesquecíveis para estudantes e professores", afirmou Lima.

Sobre o Programa Imprensa Jovem

O Imprensa Jovem é um programa de Educomunicação que visa promover a Educação Midiática, incentivando a produção e a análise crítica de conteúdos midiáticos. Atualmente, conta com a participação de 7.000 estudantes de 385 escolas municipais e é reconhecido pela UNESCO como uma prática de Alfabetização Midiática e Informacional (MIL) de referência global.

Escrito por: Carlos Lima: Professor e Educomunicador


Manual para elaborar projetos de Educomunicação: Passo a passo e orientações

Os projetos de Educomunicação têm como principal objetivo promover a formação para a produção e leitura crítica da mídia e suas tecnologias ...