quinta-feira, 1 de maio de 2025

Ser professor não foi uma escolha — foi um encontro




Quando entrei na faculdade, ser professor não era meu plano. Mas a educação me capturou. E nesse abraço inesperado, fui transformado. Hoje, tenho orgulho do caminho que trilhei — ou da missão que a vida me entregou. Uma missão que me fez, aos poucos, um educador reconhecido pelo meu trabalho e pela capacidade de tocar vidas.

Quantas histórias vivi ao entrar em sala de aula. Quantas experiências marcaram minha jornada de mestre. Não foi nem céu, nem inferno. Foi fruição. Um processo contínuo de formações, criações de métodos, buscas por caminhos para encantar e engajar estudantes.

Claro, houve conflitos — e não foram poucos. Mas como já ouvi por aí: onde não há espaço para o diálogo, o conflito é inevitável. Na sala de aula, é preciso saber baixar a temperatura, abrir pontes, construir escutas. É do cotidiano.

Hoje, o que me provoca é pensar em como a sociedade enxerga o trabalho docente. Ao entregar seus filhos à escola, muitos apenas querem a segurança de que alguém está cuidando deles. Mas professor não é cuidador, assim como escola não é centro de lazer. Professor é educador. Escola é espaço de aprendizagem e de convivência.

Seja por quatro, sete ou dez horas por dia, ao longo de 200 dias no ano, é na escola que gerações se formam. E o que formamos? Gente. Gente preparada para atuar na sociedade. Por isso, se os estudantes irão transformar o mundo, é preciso observar esse mundo com atenção. As tendências de hoje são as novas culturas que chegam. A sociedade não é estática. Ela é rio em movimento.

A escola pode ser um porto seguro, mas seria ainda melhor se fosse um barco firme, capaz de navegar com a sociedade. Se o mundo é correnteza, não adianta remar contra tudo — a briga pode ser inglória. E quem tenta enfrentar sozinho esse fluxo, de fora da escola, muitas vezes se perde ou se afoga.

Por isso, mais do que nunca, é preciso diálogo. Para navegar com segurança. Para construir caminhos. Para transformar realidades.


Por Carlos Lima - Educomunicador e professor 
Foto : Arquivo pessoal 





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