domingo, 2 de junho de 2024

Educomunicação: Dominando o ChatGPT na Educação


Antes da pandemia, falávamos sobre a sociedade da comunicação. Nos dois anos seguintes, a automação de serviços e a virtualização da comunicação humana se aceleraram significativamente. As aulas remotas, apesar dos desafios, impulsionaram o aumento no tráfego de dados, permitindo que muitas empresas desenvolvessem ferramentas de Inteligência Artificial para facilitar atividades humanas.

A popularização de aplicativos para pedidos de alimentos e compras online agradou a muitos. No entanto, plataformas educacionais começaram a preocupar os professores. Recentemente, o ChatGPT tem causado tensão, pois suas facilidades podem comprometer o processo de ensino-aprendizagem nas aulas e nas tarefas extracurriculares.

Antes da pandemia, o uso do celular era visto como um vilão nas escolas. Durante a pandemia, tornou-se a ferramenta de conexão essencial para muitos estudantes. Com boa mediação, o celular já era um recurso eficiente para a produção de conhecimento. O Programa Imprensa Jovem Agência de Notícias na Escola é um exemplo de projeto que potencializou as aprendizagens dos estudantes com recursos móveis como smartphones, permitindo que os alunos usassem suas habilidades para produzir conteúdos.

Então, como a tecnologia pode ser domada pelo processo educomunicativo, incluindo o uso do ChatGPT? Na Educomunicação, a produção de conhecimento ocorre através do trabalho colaborativo e do uso criativo das tecnologias, dominando os recursos digitais, e não o contrário.

Partindo da proposta "Como desenvolver práticas de Educomunicação nas aulas", apresentamos algumas ideias que podem ampliar o trabalho humano de produção de conhecimento, seguindo uma lógica de pedagogia de projetos:

1. Comunicação dialógica, colaboração e autonomia: A Educomunicação promove uma aula baseada no diálogo, na colaboração e na autonomia dos estudantes.

2. Criatividade e uso de tecnologias: Utiliza-se de tecnologias de forma criativa, garantindo protagonismo e participação ativa dos alunos.

3. Leitura crítica da mídia: Desenvolve-se a capacidade dos estudantes de fazer uma leitura crítica dos conteúdos midiáticos.

4. Diversidade de formatos e linguagens: Adota-se diversos formatos e linguagens midiáticas para produção de conteúdos.

5. Gestão de aula participativa: Promove-se a gestão da aula através da escuta dos estudantes e da mediação dos professores.

6. Redesenho do ambiente de aprendizagem: Reorganiza-se a sala de aula para ampliar as possibilidades de participação no processo de criação.

7. Projetos de intervenção social: Incentiva-se o desenvolvimento de projetos de intervenção social pelos estudantes.

8. Otimização de recursos digitais e audiovisuais: Utilizam-se recursos digitais e equipamentos de produção audiovisual de forma otimizada.

9. Articulação interdisciplinar: A Educomunicação tem grande potencial para articular conhecimentos de forma inter e transdisciplinar.

A introdução do ChatGPT nas aulas pode ser motivo de preocupação apenas se mantivermos a lógica de aulas expositivas tradicionais, com estudantes passivos, copiando conteúdos da lousa e ouvindo exclusivamente o professor. As novas tecnologias chegam sem pedir licença, e a Educomunicação está aqui para formar cidadãos críticos, abertos a aprender e dialogar com os movimentos da sociedade moderna.

Por Carlos Lima - Radialista, professor, educomunicador

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