A inteligência artificial está na crista da onda, redefinindo o paradigma da relação entre seres humanos e tecnologias. Com ferramentas como o ChatGPT, a comunicação escrita ganhou novos contornos, conectando pessoas ao mundo de forma ágil e criativa. Por meio de comandos, os chamados prompts, conteúdos podem ser ajustados, curados e até criados. Essa invenção, como tantas outras, reflete o desejo humano de simplificar atividades e solucionar problemas cotidianos.
No entanto, inovações como essa não surgem apenas como ferramentas de transformação, mas também como oportunidades de negócio. As tecnologias proprietárias são criadas para serem consumidas, frequentemente protegidas por patentes e integradas a monopólios globais. Exemplos como Microsoft e Apple ilustram o poder das big techs, que, se fossem países, estariam entre as maiores potências econômicas do mundo.
Nesse cenário de concentração tecnológica, o software livre surge como um ato de resistência e emancipação. A plataforma Linux, fruto do projeto colaborativo GNU, é um símbolo de liberdade tecnológica. Desenvolvido por pessoas ao redor do mundo, Linux não é feito para o consumo, mas para o uso. Seu código aberto permite que qualquer um baixe, adapte e compartilhe o sistema gratuitamente, fortalecendo uma cultura de colaboração e autonomia tecnológica. Essa filosofia também se alinha ao movimento dos Recursos Educacionais Abertos (REA), com conteúdos licenciados pelo Creative Commons que promovem o conhecimento livre.
Educomunicação e Tecnologia Livre
No campo da Educomunicação, garantir o direito à comunicação para todas as pessoas implica adotar tecnologias livres e integrá-las às práticas pedagógicas. Os projetos educomunicativos utilizam uma variedade de ferramentas — de editores de texto a ambientes colaborativos, e, por que não, inteligência artificial generativa. Essas ferramentas ampliam as possibilidades de expressão e aprendizagem, conectando criatividade, autonomia e cidadania.
A Revolução do DeepSeek
Eis que surge o Free Seek, uma nova ferramenta de inteligência artificial que promete abalar o domínio das big techs. Essa concorrente direta do ChatGPT já chegou "quebrando tudo" e desestabilizando mercados. Após o anúncio de um investimento de 500 bilhões de dólares em tecnologias de IA na América do Norte, um jovem cientista chinês revelou ao mundo uma solução revolucionária: um sistema de inteligência artificial mais acessível, com custos significativamente menores e impacto ambiental reduzido.
Enquanto políticas protecionistas ganham força e reforçam a hegemonia tecnológica, o DeepSeek emerge como um "Davi" desafiando os gigantes. Contudo, diferentemente da história bíblica, este Davi conta com o apoio de uma grande nação, pronta para rivalizar no cenário global.
Embora ainda seja cedo para medir o impacto completo do DeepSeek, sua chegada já é comparada a momentos históricos como o lançamento do Sputnik no século passado — um evento que revolucionou o mundo e marcou uma nova era tecnológica.
A ascensão de tecnologias livres e acessíveis reforça a importância de um futuro onde a tecnologia esteja a serviço das pessoas, e não o contrário. Para a Educomunicação, isso significa construir um horizonte em que o direito à comunicação seja garantido a partir de práticas pedagógicas inclusivas, sustentáveis e livres de fronteiras. Afinal, conhecimento livre e tecnologia acessível são os pilares de uma sociedade mais justa e conectada.
Por Carlos Lima : Educomunicador e professor
Foto: Site DeepSeek
Baixe o aplicativo DeepSeek acesse
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