A avaliação educomunicativa é um processo formativo e participativo que busca compreender o desenvolvimento dos estudantes a partir das experiências midiáticas e comunicacionais promovidas em projetos educacionais. Diferentemente de avaliações tradicionais, esse processo valoriza a construção coletiva do conhecimento, a autoria estudantil e o uso ético e criativo das tecnologias da informação e comunicação.
Nos projetos de Educomunicação, a avaliação acontece de forma contínua e reflexiva, e está organizada em torno de indicadores específicos, como a educação para a comunicação, a mediação tecnológica na educação, e o protagonismo juvenil. Cada um desses indicadores é avaliado por meio de critérios qualitativos que permitem identificar níveis de desenvolvimento (não satisfatório, satisfatório e plenamente satisfatório), promovendo uma leitura abrangente dos avanços individuais e coletivos.
Entre os aspectos observados, destacam-se:
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A capacidade crítica dos estudantes na análise das mensagens midiáticas, com atenção à identificação de fake news, propósitos comunicacionais e construção de argumentos bem fundamentados;
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O uso consciente e criativo das tecnologias, tanto como meio de expressão quanto como ferramenta para a participação democrática e produção colaborativa;
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A elaboração e aplicação de critérios para seleção e organização de informações, demonstrando autonomia intelectual e coerência comunicacional;
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A atuação dos estudantes como protagonistas, com participação ativa nas decisões do projeto, em atividades de mediação e em práticas de escuta e cooperação entre os pares.
Esse tipo de avaliação também contempla a intencionalidade docente, pois permite ao educador refletir sobre suas práticas pedagógicas, os caminhos metodológicos adotados e os impactos formativos gerados. Ao mesmo tempo, a avaliação não se limita aos resultados finais, mas valoriza os processos vivenciados, os desafios enfrentados e os aprendizados construídos ao longo do projeto.
Momentos marcantes na aplicação dessa metodologia incluem as produções midiáticas dos estudantes (como podcasts, vídeos, reportagens e entrevistas), as apresentações públicas, a participação em eventos e as dinâmicas de roda de conversa que promovem o diálogo entre todos os envolvidos.
A proposta é, portanto, promover uma avaliação mais humanizada, inclusiva e integrada à prática educomunicativa, fortalecendo o papel da escola como espaço de escuta, produção e transformação social.
Por Carlos Lima : Educomunicador e professor
Imagem: Cobertura Imprensa Jovem |Entrevista com Heloisa Shurmman
Fonte: Educomunicação na escola: construindo um modelo de avaliação
Silene de Araujo Gomes Lourenço - Pesquisadora do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE-ECA-USP)
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