quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Aspirante a jornalista esportiva: a coragem de perguntar e os caminhos que a comunicação abriu na minha vida


Eu sempre gostei de falar. Falar bastante. Falar com o mundo. Desde criança, a comunicação já me habitava. Eu era curiosa, expansiva, dessas que observam demais. Cresci apaixonada pelos universos do futebol, do automobilismo e da cultura nerd. Cada um deles me ensinou a prestar atenção, a interpretar gestos, silêncios, histórias. Eu aprendia sem perceber.

Com o crescimento, inevitável para todos nós, veio a pergunta que muda tudo: o que eu quero ser no futuro? A resposta surgiu de forma simples, sentada diante da televisão. Eu adorava assistir a entrevistas. Me encantava com perguntas bem construídas, inteligentes, daquelas que abrem caminhos em vez de fechá-los. Eu pensava: que pergunta genial. Foi ali que compreendi: eu queria estar do outro lado da câmera. Queria comunicar. Queria ouvir, perguntar, traduzir. Queria ser jornalista, especialmente jornalista esportiva.

Em 2022, eu ainda caminhava meio sozinha. Poucos amigos, muitos sonhos guardados. Foi quando, por meio de um amigo que já participava do Imprensa Jovem, recebi um convite para acompanhar um evento. Eu fui. E, sem saber, atravessei um limite invisível. Algo se acendeu ali. Eu me apaixonei pelo projeto, pela potência que ele carregava, pela forma como ele nos dizia, sem palavras, que aquele espaço também era nosso. Decidi que, em 2023, entraria oficialmente. E entrei. Foi o ano em que tudo mudou.

No Imprensa Jovem, eu encontrei pessoas, vozes, caminhos. Fiz amigos. Circulei por lugares que antes pareciam distantes demais da minha realidade. Fui a eventos, participei de coberturas, vivi experiências que ampliaram meu mundo. Minha fala ganhou corpo, meu vocabulário ganhou precisão, minha comunicação ganhou coragem. Ali, eu não me formei apenas como comunicadora, eu me formei como pessoa.

Existem momentos que parecem reorganizar a gente por dentro. Dois deles ficaram marcados em mim. A Fórmula E, com seus carros elétricos cortando o espaço e o futuro passando diante dos meus olhos. E a Comic Con Experience, onde universos inteiros cabiam dentro de um pavilhão. Em ambos, eu parei, respirei e pensei: que oportunidade maravilhosa. Pensei também no quanto eu era feliz por estudar na EMEF Paulo Duarte. Aquele lugar me acolheu, me impulsionou, me abriu portas que eu nem sabia que existiam.

Por causa do Imprensa Jovem, conheci a TV Cultura, encontrei Mauricio de Sousa, entrevistei um ministro de Portugal no G20 (fórum de economia). Experiências que ainda hoje parecem improváveis. E talvez sejam mesmo. Principalmente quando lembramos que eu era, e sou, uma estudante de escola pública, da periferia. Mas foi justamente isso que deu sentido a tudo. Cada vivência carregava a prova de que o mundo pode, sim, alcançar quem ousa sonhar.

Sou profundamente grata por tudo o que vivi e aprendi. Esse projeto me ensinou técnica, responsabilidade e escuta. Mas, acima de tudo, me ensinou pertencimento. Hoje, sigo meu caminho na Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, cursando Marketing, com o mesmo propósito vivo: continuar na comunicação, estudar, insistir, tentar jornalismo na Fundação Cásper Líbero e trabalhar com aquilo que amo. Sempre com a memória atenta, sem apagar minhas origens, sem esquecer quem eu sou. Eu sou Luísa Bava. A menina da Imprensa Jovem da EMEF Paulo Duarte. E alguém que aprendeu cedo que perguntar pode abrir mundos inteiros.

Por Luisa Bava - Estudante e aspirante a jornalista esportiva  

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