Sempre tive medo do futuro. Até hoje, me pego pensando no que seguirei como profissão, mas o que mais me assustava era o sentimento de incapacidade sobre a minha própria vida: não saber se conseguiria um bom emprego, bons estudos e a realização dos meus sonhos. Sonhador eu sempre fui e, como não conquistamos nada nesta vida sem projetar nossos objetivos, continuo firme nesse meu propósito.
Graças a esse desejo potente de trilhar um futuro do qual eu me orgulhasse, procurei meios que me ajudassem. Foi assim que me inscrevi em diversos projetos durante os meus anos no Paulo Duarte. Entre tantos, a Imprensa Jovem foi um dos que mais transformaram a minha vida. Posso dizer que, graças a ele, encontrei não só algo que amo fazer, mas também propósito e oportunidade.
Desde pequeno, sempre fui muito tímido. Quando se tratava de falar com outras pessoas, não importava a idade, eu não tinha coragem. Mas, em 2023, adentrei o mundo das entrevistas. Comecei a falar com as câmeras, conhecer pessoas novas e perder a timidez. Confesso que não foi fácil, mas acredito firmemente que o projeto Imprensa Jovem foi o motor do meu desenvolvimento na comunicação. A capacidade de um projeto dar tanto protagonismo e voz aos estudantes é um dos principais fatores para o desenvolvimento da educação como um todo. Graças a essa força do projeto, hoje consigo falar sem medo, sem gaguejar e com muito mais confiança.
Depois de 2023, repleto de experiências incríveis, como: conhecer de perto a TV Cultura. O ano de 2024 foi o ano que me deu o propósito que mencionei anteriormente. Participamos do G20 (o maior fórum de economia do mundo), onde entrevistei personalidades como o ministro da fazenda Fernando Haddad. Também fui ao Rio de Janeiro para participar do evento LED (Luz na Educação), pela Ashoka e pelo Imprensa Jovem. Além disso, participamos mais uma vez da revista Imprensa Jovem e conhecemos a Renata Juliotti, que foi nossa tutora na escrita da matéria e também em duas viagens: ao Chile, durante o Fórum da Juventude, e ao Fórum do Desenvolvimento Sustentável da ONU. É uma experiência que me faltam palavras para descrever, e só tive a oportunidade de ir ao Chile por conta do projeto.
Com a ida ao Chile, as pontes se interligaram e nos levaram a Nova York, para participarmos dos Action Days e da Cúpula do Futuro da ONU. Se o meu "eu" do passado olhasse para tudo o que ocorreu nestes dois anos, tenho certeza de que ficaria muito aliviado. O Imprensa Jovem abriu portas que eu nunca imaginei serem possíveis para mim, que sou um jovem negro, estudante de escola pública e morador de periferia. Desenvolvi habilidades e superei minhas dificuldades de comunicação. Foram dois anos que mudaram a minha vida e, por isso, digo que todos os jovens deveriam participar desse projeto.
Acredito que a minha história possa parecer loucura; às vezes eu mesmo penso isso. Mas compartilho esse relato para mostrar que essa realidade não está tão distante de você.
Termino dizendo que a educação é, definitivamente, uma desbravadora de mares e de futuros. O projeto Imprensa Jovem foi revolucionário em minha vida e me levou a caminhos que eu sequer conseguia imaginar antes de percorrê-los. Hoje, estudo no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), cursando o Ensino Médio Técnico, e acredito que o projeto me ajudou a chegar onde estou hoje, aos meus 16 anos. Meu nome é Pedro Murilo e espero que, assim como a minha, a vida de muitos outros jovens passe por essa transformação.
Por Pedro Murilo - Estudante do Instituto Federal de São Paulo


Nenhum comentário:
Postar um comentário