domingo, 5 de janeiro de 2025

Aulas conectadas com o mundo por meio do jornalismo

 


O jornalismo desempenha um papel essencial na sociedade: informar as pessoas sobre temas relevantes do dia a dia, de forma acessível e compreensível. No entanto, nem sempre os assuntos tratados são simples. Áreas como economia, ciência, tecnologia, geopolítica e cultura, por exemplo, frequentemente envolvem temas complexos e desafiadores. É justamente nesse cenário que o jornalismo se destaca ao traduzir esses tópicos em uma linguagem mais acessível para o público em geral.

Veículos como o Jornal Nacional, que ocupam horários nobres, exemplificam como o jornalismo consegue alcançar diferentes públicos – desde classes populares até segmentos mais elitizados – com uma abordagem democrática. A chave para esse alcance está na capacidade do jornalismo de decodificar, estruturar e apresentar informações de forma rápida e impactante. E é justamente essa característica que torna o texto jornalístico uma ferramenta poderosa para a educação de crianças e adolescentes.

Ao incorporar textos jornalísticos, reportagens televisivas, fotos e programas de rádio em sala de aula, os educadores conseguem abordar temas complexos com uma linguagem clara e direta, respeitando um dos princípios básicos do jornalismo: facilitar a compreensão. Esse processo não apenas torna o aprendizado mais dinâmico, mas também oferece aos estudantes a oportunidade de comparar informações de diferentes fontes. Essa prática estimula a análise crítica e amplia a compreensão sobre o tema, ao permitir que os alunos identifiquem os vieses dos veículos de comunicação.

Certa vez, um coordenador pedagógico me contou sobre as dificuldades de compreensão que os alunos de sua escola enfrentavam com textos jornalísticos. Ele explicou que, embora esses textos sejam impessoais e objetivos, simplesmente trazê-los para a sala de aula não é suficiente. É necessário conectar os temas a assuntos que façam sentido para os estudantes. Diferente de uma história literária, que carrega uma conexão afetiva e linguagem subjetiva entre autor e leitor, o assunto jornalisticos é impessoal exige estratégias específicas para gerar engajamento.

É aqui que entra a mediação educomunicativa, que constrói pontes entre o texto, o contexto e o estudante. Essa abordagem promove discussões, leituras e diálogos significativos. O jornalismo oferece um terreno fértil para essas interações, seja por meio de leitura crítica ou da produção de conteúdos midiáticos.

Trazer o jornal para a sala de aula, portanto, pode ser uma ferramenta potente para desenvolver a competência leitora dos alunos. Quando bem planejadas, as aulas podem conectar conteúdos jornalísticos aos temas do currículo escolar, ampliando o repertório cultural e crítico dos estudantes. Estratégias como perguntar as impressões dos alunos sobre um tema, apresentar reportagens para contextualização, realizar leituras coletivas e explorar diferentes mídias tornam o processo de aprendizado mais construtivista.

Dessa forma, o jornalismo na educação não é apenas uma forma de transmitir conhecimento, mas também de formar cidadãos críticos, capazes de interpretar e questionar o mundo ao seu redor. Isso, sem dúvida, conecta as aulas à realidade e prepara os estudantes para os desafios do presente e do futuro.

Por Carlos Lima : Educomunicador e professor

Foto:  Pixabay

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