Foi ali que descobrimos ferramentas como o Audacity para criar rádio digital, criamos nossos primeiros blogs e demos os primeiros passos nas redes sociais. A internet não apenas facilitou a troca de ideias entre estudantes, mas também conectou suas produções à comunidade local e, posteriormente, a públicos globais. Esses primeiros passos na Cultura Digital foram tão transformadores que, anos depois, resultaram em um trabalho acadêmico que apresentei na USP, consolidando a articulação entre Educomunicação e Cultura Digital.
Hoje, os Laboratórios de Educação Digital (LED), sucessores dos Laboratórios de Informática Educativa, são essenciais para o trabalho pedagógico da Educomunicação. Projetos como o Imprensa Jovem, que nasceu nesses espaços, ganharam reconhecimento internacional, sendo celebrados até pela UNESCO e premiados com o Prêmio Mariazinha Fusari de Educomunicação. No entanto, todos esses avanços têm uma raiz em comum: o pioneirismo de uma mulher visionária que ousou sonhar alto — a pedagoga e pesquisadora gaúcha Léa Fagundes.
Léa Fagundes: A educação em transformação
Léa Fagundes foi uma figura disruptiva na educação brasileira. Sua visão questionava as resistências da escola às mudanças culturais e tecnológicas. Em um debate, ela afirmou com precisão:
"Nós temos uma educação resistente à mudança. A escola é uma resistência às transformações das culturas. Entramos na era digital com a escola mais resistente do que nunca ao uso das tecnologias digitais."
Essa reflexão, feita há quase 15 anos, permanece atual. Lea defendia com paixão o projeto de "um computador por estudante", uma ideia visionária que, se implementada em larga escala, teria minimizado muitos dos desafios enfrentados hoje, como o uso de celulares nas escolas.
Legado de inovação e inspiração
Hoje, ao refletir sobre sua trajetória, é impossível ignorar o impacto de sua visão no futuro da educação no Brasil. Léa virou estrela, mas sua luz continua brilhando intensamente, guiando todos aqueles que acreditam na união entre educação, tecnologia e comunicação.
Que sua coragem e determinação sigam inspirando gerações a transformar a realidade das escolas e a construir um mundo onde o conhecimento e a criatividade sejam as ferramentas para um futuro melhor.
Por Carlos Lima: Educomunicador e professor
Imagem: Professora Léa Fagundes é entrevistada pelos estudantes na Campus Party (2008) acesse
Lindo histórico, Carlos! Chorei… fui desta época. Não conheci a professora Léa Fagundes mas eu sempre a adimirei e acompanhava suas ideias. Ela deve está com os anjos e bem feliz pelo legado que nos deixou.
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