terça-feira, 25 de março de 2025

Formação de Professores: Para uma Mudança Educativa Reflexões a Formação Educomunicativa


A formação de professores é um dos pilares fundamentais para a transformação da educação. No livro Formação de Professores: Para uma Mudança Educativa, Carlos Marcelo García apresenta uma análise profunda sobre os processos formativos e seu impacto na prática docente. O primeiro capítulo, intitulado “Conceito de Formação”, é essencial para compreender como a formação de professores deve ir além da simples aquisição de conhecimentos técnicos, tornando-se um processo contínuo e reflexivo. Essa visão amplia a importância da formação educomunicativa, que integra o uso crítico das mídias e tecnologias à prática pedagógica.

O que é formação de professores?

Marcelo García define a formação de professores como um processo dinâmico e permanente, que se inicia na formação inicial, mas se estende ao longo de toda a trajetória profissional. Esse conceito vai além da capacitação técnica, pois envolve o desenvolvimento de competências pedagógicas, éticas e emocionais, essenciais para enfrentar os desafios da sala de aula e promover uma educação de qualidade.

Formação inicial e formação contínua

O autor diferencia dois momentos essenciais da formação docente:

  • Formação inicial: ocorre na universidade ou em instituições de ensino superior e tem o objetivo de preparar futuros professores para a docência. Embora essa etapa seja fundamental, ela não é suficiente para garantir uma prática reflexiva e transformadora.

  • Formação contínua: abrange o aperfeiçoamento constante por meio de cursos, reflexões sobre a prática e interações com outros educadores. A formação contínua é indispensável para que o professor se adapte às mudanças sociais, tecnológicas e pedagógicas que impactam o ensino.

A formação educomunicativa como processo reflexivo

Um dos pontos centrais do capítulo é a ideia de que a formação de professores deve ser um processo reflexivo. Esse conceito se alinha com a formação educomunicativa, que propõe a integração das mídias e das tecnologias digitais à educação de maneira crítica e participativa. O professor não deve apenas utilizar as mídias como ferramentas de ensino, mas também incentivar a leitura crítica da informação, a produção midiática e a participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento.

A formação educomunicativa possibilita que os professores desenvolvam habilidades essenciais para o século XXI, como a análise de discursos midiáticos, a identificação de desinformação (fake news) e a criação de conteúdos multimidiáticos. Além disso, fortalece o protagonismo estudantil ao estimular a expressão e a comunicação dos alunos em diversos formatos, como podcasts, vídeos, jornais digitais e projetos de rádio escolar.

Desafios e perspectivas da formação docente e educomunicativa

Carlos Marcelo García destaca que, para que a formação de professores tenha impacto real na educação, é preciso superar desafios estruturais, como a falta de tempo para estudos e aprimoramento, a desvalorização da profissão e a ausência de políticas públicas eficazes de formação continuada. No contexto da educomunicação, esses desafios se ampliam, pois ainda há resistência na adoção de práticas midiáticas na sala de aula e carência de formação específica para o uso crítico das mídias.

Entretanto, há caminhos promissores, como a criação de políticas públicas que incentivem a educação midiática e informacional, a valorização da produção estudantil e a formação de redes colaborativas de professores que compartilhem boas práticas educomunicativas.

O primeiro capítulo do livro Formação de Professores: Para uma Mudança Educativa nos convida a repensar o conceito de formação docente e sua importância para a melhoria da educação. Mais do que um conjunto de cursos ou certificações, a formação precisa ser vista como um processo contínuo de aprendizagem, reflexão e transformação. Nesse sentido, a formação educomunicativa se apresenta como um caminho essencial para preparar professores e estudantes para uma sociedade conectada, crítica e participativa. Somente assim os educadores poderão exercer seu papel de agentes de mudança, promovendo uma educação mais inovadora, democrática e alinhada às demandas do século XXI.

Texto criado inspirado pela obra Formação de Professores: Para uma Mudança Educativa de Carlos Marcelo Garcia 

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Foto: Imprensa Jovem - Orientação para produção do documentário 20 anos de Imprensa Jovem, experiência de produção de mídias por estudantes 

2 comentários:

  1. Prof. Carlos, a ABPEducom apoia esta perspectiva formativa processual, e agradece o esforço nesse sentido, promovido pela SME-SP, sob sua liderança!

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    1. Obrigado Ismar a formação continuada é a garantia da continuidade da política pública de Educomunicação

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