sexta-feira, 27 de junho de 2025

Ponto de Encontro: Criar texto para Blog


Você já parou para pensar que os blogs, considerados por muitos como uma ferramenta do passado, ainda são uma poderosa forma de expressão? No aulão do Programa Imprensa Jovem, revisitamos esse universo com um olhar renovado. Nosso objetivo: resgatar o blog como espaço colaborativo, criativo e educativo.

Assim como os diários pessoais que ficavam trancados a sete chaves, os blogs nasceram com a missão de contar histórias. A diferença é que, com a internet, essas histórias passaram a dialogar com o mundo. Hoje, mesmo com o crescimento das redes sociais, o blog continua sendo um espaço de aprofundamento, ideal para publicar textos autorais, reportagens, reflexões e experiências de projetos escolares.

Aula completa do encontro sobre Criar textos para Blog

Durante o encontro, discutimos como criar conteúdo atrativo para blogs. E mais: mostramos que qualquer professor ou estudante pode começar hoje mesmo. Basta seguir alguns passos simples:

Como Planejar um Texto para o Blog Escolar

Antes de começar a escrever, é essencial planejar. Um bom texto nasce de uma pauta clara. Pergunte-se:

  • Qual é o assunto que quero compartilhar?

  • Que tipo de texto será? Notícia, relato, crônica, poema?

  • Quais são as fontes? Pesquisa, entrevista, observação?

  • Qual o esqueleto da estrutura? Título, introdução (lide), desenvolvimento e conclusão.

Blogs escolares podem ser individuais ou coletivos. Alunos podem escrever sozinhos, em dupla ou em equipe. O importante é garantir espaço para a autoria e a criatividade.

Escrevendo com Clareza, Objetividade e Propósito

Um bom texto de blog é simples, direto e informativo. Frases curtas, linguagem acessível e parágrafos enxutos são essenciais. O leitor precisa entender rapidamente a mensagem. E mais: use palavras-chave para facilitar buscas na internet. Evite transformar seu post em um relatório. Prefira recados envolventes, experiências significativas, curiosidades e boas histórias.

Ah! E não esqueça da fotografia: uma boa imagem diz muito e valoriza o conteúdo. O mesmo vale para vídeos e podcasts: se sua escola produz, publique no blog com uma introdução que instigue o leitor a clicar no conteúdo.

Blogagem como Experiência Educativa

Durante a formação, surgiram experiências inspiradoras. A professora Sandra compartilhou o podcast da sua escola, ativo desde 2021 com mais de 50 episódios. A aluna Sara teve seu texto publicado no blog oficial da Imprensa Jovem e ficou radiante ao ver seu trabalho reconhecido. Esses momentos mostram como o blog pode fortalecer a autoestima e o protagonismo dos estudantes.

A proposta é simples: cada escola pode criar ou alimentar um blog com conteúdos produzidos por seus alunos. E, se quiser, pode colaborar com o blog oficial da Imprensa Jovem. Basta acessar:


📎 https://imprensajovem.blogspot.com
Clique em Publique sua matéria e envie seu conteúdo.

Oportunidade para Educação Midiática com IA

Outro ponto importante abordado foi o uso da inteligência artificial como ferramenta de apoio. O ChatGPT, por exemplo, pode ajudar na revisão e reescrita de textos, desde que com mediação pedagógica. O mais importante é que o conteúdo expresse ideias reais, com a identidade do estudante. A IA pode ser uma aliada da criatividade e da produção autoral — e não uma muleta.

Escrever é uma forma de existir e se conectar

Escrever para o blog é mais do que relatar fatos: é compartilhar impressões, opiniões, olhares. É comunicar-se com o mundo. O blog é uma porta de entrada para o letramento digital, a produção multimodal e a valorização das vozes estudantis.

Então, vamos blogar?

Por Carlos Lima
Coordenação do Núcleo de Educomunicação – SME São Paulo


domingo, 15 de junho de 2025

Ponto de Encontro: Afinal o que é Informação?


Na última sexta-feira, realizamos mais um encontro formativo com os participantes do curso "Estudantes Mediadores ODS", com a presença especial da jornalista, professora e pesquisadora em educação midiática Janaina Silva. A convidada conduziu um aulão potente sobre um tema central para o projeto Imprensa Jovem: afinal, o que é informação?

Com uma abordagem leve e provocadora, Janaina iniciou convidando os participantes a refletirem sobre os limites entre fato e narrativa. A partir de uma cena clássica da novela “Vale Tudo”, em que a personagem Odete Roitman afirma que “os fatos não podem ser mudados, mas a narrativa sim”, os educadores foram levados a pensar sobre o papel da informação no mundo contemporâneo.

Durante o encontro, foi compartilhado o texto “Fedro e a Invenção da Escrita”, atribuído a Sócrates, que já naquela época expressava receio sobre o impacto da escrita na memória e na sabedoria. A discussão foi conectada com os desafios atuais trazidos pela inteligência artificial e a avalanche de conteúdos nas redes sociais. A analogia com o pombo-correio — como metáfora da informação e dos meios que usamos para transmiti-la — encantou os participantes e evidenciou a importância da mediação crítica no processo de comunicação.

A convidada também trouxe referências fundamentais, como Marshall McLuhan, Yuval Harari e David Buckingham, ressaltando como a educação midiática é uma ferramenta essencial para desenvolver senso crítico, discernimento e responsabilidade na produção, recepção e circulação de informações.

Ao final, Janaina compartilhou quatro passos essenciais para fortalecer o trabalho com educação midiática nas escolas:

  1. Entender a importância do uso crítico das mídias

  2. Analisar argumentos de grandes pensadores sobre a informação

  3. Explorar as implicações da informação que recebemos, produzimos e compartilhamos

  4. Implementar estratégias de combate à desinformação no cotidiano escolar

O encontro foi encerrado com uma reflexão potente: “A informação é uma cola que une as partes de uma rede. Por isso, precisamos fortalecer nossos critérios, nossas fontes e nossa escuta”.

Agradecemos imensamente à Janaina Silva pela contribuição generosa e inspiradora. Seguimos construindo espaços de escuta, diálogo e formação crítica para fortalecer os projetos de educomunicação em nossas escolas.

Assista a aula 

Por Carlos Lima: Educomunicador e professor
Imagem : Imprensa Jovem



Ponto de Encontro Imprensa Jovem: Direitos Autorais e Recursos Educacionais Abertos na Educação


No dia 12 de junho de 2025, realizamos mais um inspirador Aulão de Educomunicação, dentro da programação da Semana Municipal Imprensa Jovem. O encontro reuniu educadores, estudantes e especialistas para debater temas urgentes no cenário educacional contemporâneo: os direitos autorais, os recursos educacionais abertos (REA) e o papel do professor como autor e produtor de mídia.

A convidada especial foi Karla Souza, doutora em Comunicação, especialista em direitos autorais e REA. Com uma trajetória marcada pela atuação no Núcleo de Educomunicação da SME, Karla nos conduziu por uma reflexão profunda sobre o uso ético e consciente de conteúdos digitais em ambientes escolares.

Durante o aulão, discutimos desde a origem da internet e o movimento do software livre até os desafios atuais envolvendo inteligência artificial e o direito de imagem de estudantes. Karla nos mostrou que ser educador em tempos digitais vai muito além do uso da tecnologia: exige consciência crítica sobre o que se produz, compartilha e consome.

Um dos destaques da fala de Karla foi a valorização do professor como autor de materiais pedagógicos. Ela nos apresentou o repositório de Recursos Educacionais Abertos do MEC — uma plataforma pública onde educadores podem publicar e acessar gratuitamente conteúdos produzidos por outros colegas. A proposta é clara: democratizar o acesso à produção educacional de qualidade e garantir o reconhecimento da autoria docente.

Outro ponto alto da conversa foi sobre o direito de imagem. Discutimos os cuidados necessários ao registrar e divulgar imagens de crianças e adolescentes, principalmente no contexto escolar. “A imagem de uma criança hoje pode representar um constrangimento no futuro. Precisamos ter sensibilidade e responsabilidade com essa exposição”, afirmou Karla.

O encontro foi mediado por mim, Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da SME, e contou também com a participação do educador Clayton Scarcella. Agradecemos a todos os educadores e estudantes que participaram ativamente, contribuindo com perguntas, reflexões e muito interesse pelo tema.

Finalizamos o encontro com o convite para que todos explorem e compartilhem os REAs, estimulem a autoria dos estudantes e, acima de tudo, fortaleçam a cultura da citação e do respeito aos direitos autorais no cotidiano escolar. Em breve, teremos novos aulões e vamos continuar dialogando sobre os desafios e as potências da educomunicação em nossas escolas.

Por Carlos Lima:  Educomunicador e professor
Imagem: Pixabay

sábado, 14 de junho de 2025

Ponto de Encontro: Textos da Esfera Jornalística na Escola


No Aulão de Educomunicação de formação do Programa Imprensa Jovem, tivemos a honra de receber a professora Cláudia Lima, coordenadora pedagógica da revista Qualé?, para uma conversa inspiradora sobre práticas de leitura, escrita e produção midiática nas escolas.

Com mais de 25 anos de experiência no ensino fundamental, Cláudia compartilhou sua vivência no trabalho com gêneros jornalísticos e a importância de estimular a leitura crítica do mundo – conceito central de Paulo Freire. Segundo ela, formar leitores e produtores de informação é fundamental para o desenvolvimento de crianças e jovens conscientes, protagonistas e capazes de transformar a realidade por meio da comunicação.

Durante o encontro, foram apresentados diversos gêneros jornalísticos que podem ser explorados em sala de aula e nos grupos do Imprensa Jovem: notícia, reportagem, curiosidades, entrevista, tirinha e carta do leitor. Cada um com sua estrutura, função e possibilidade criativa de expressão.

Cláudia reforçou que a prática jornalística na escola vai muito além da técnica: ela envolve escuta, pesquisa, responsabilidade com a informação e, principalmente, empatia. Produzir uma entrevista, por exemplo, não é apenas elaborar perguntas, mas saber ouvir com atenção, investigar, respeitar o tempo do outro e compreender o contexto.

Ela destacou ainda o papel transformador do jornalismo estudantil, que permite aos estudantes se verem como sujeitos de direitos e vozes ativas na comunidade escolar e no território. Um trabalho potente que começa com um simples exercício de olhar o que está ao redor: uma palestra na escola, um projeto ambiental, a história de um funcionário querido que se aposenta.

Ao final do encontro, ficou um convite: explorar com os estudantes a linguagem escrita e visual para fortalecer a expressão, o pensamento crítico e a participação cidadã. A educomunicação, nesse sentido, é caminho para a liberdade criativa e a formação de sujeitos conscientes, informados e empoderados.

Como Cláudia bem disse:

“A informação quebra preconceitos, desperta direitos e transforma realidades. Quando a escola aposta nisso, renova a esperança.”

Assista na integra o Aulão de Educomunicação ! 


Quem é Claudia Lima Gabionetta...

Pedagoga com 25 anos de experiência em sala de aula na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Atua em contextos inclusivos com estudantes com deficiência. Desenvolve pesquisas sobre leitura na primeira infância, com destaque para o papel da família e da escola na formação leitora de bebês e crianças pequenas.Claudia 

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Imagem: Pixabay

terça-feira, 10 de junho de 2025

Pitch Educomunicativo: Como apresentar ideias que conquistam



Na noite do dia 10 de junho, realizamos mais um inspirador aulão de Educomunicação, um espaço formativo criado ainda na pandemia e que se mantém vivo como estratégia potente de formação continuada. Desta vez, o foco foi o pitch educomunicativo: uma técnica valiosa para apresentar ideias e projetos com clareza, objetividade e impacto.

Sou Carlos Lima, do Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, e tive a alegria de conduzir esse encontro com educadores e estudantes comprometidos com a transformação por meio da comunicação.

O que é um pitch?

Um pitch é uma apresentação breve — de 1 a 2 minutos — pensada para convencer o público sobre uma ideia, causa ou projeto. Em geral, é muito usado no mundo dos negócios, mas na educação tem se mostrado um excelente recurso para desenvolver a autonomia, a argumentação e a criatividade dos estudantes.

Durante o encontro, mostrei que o pitch não precisa ser complexo. O segredo é estruturar a fala a partir de quatro pontos:

  1. Apresente o problema.

  2. Ofereça uma solução clara.

  3. Destaque os pontos fortes da proposta.

  4. Finalize com uma chamada para ação.

Esse modelo serve tanto para projetos como o Trabalho Colaborativo de Autoria (TCA), quanto para projetos de intervenção social, Grêmios, ou até mesmo perguntas em coletivas de imprensa.

Pitch na prática: o caso do intervalo com conflitos

A professora Rebeca compartilhou um problema comum em muitas escolas: conflitos durante o intervalo entre estudantes do 5º ano. A partir disso, estruturamos juntos um pitch com a proposta de implementar atividades lúdicas mediadas por estagiários durante o recreio. Brincadeiras com corda, leitura e jogos como o pebolim se tornaram estratégias de convivência. O pitch foi apresentado em vídeo, respeitando técnicas de enquadramento e clareza na fala. Resultado: uma ideia simples, mas com grande poder de transformação!

Exemplo potente: Ana Júlia e a web série sobre mudanças climáticas

Também apresentamos o pitch da estudante Ana Júlia, da EMEF Mumurés. Ela trouxe uma proposta de web série sobre mudanças climáticas no Jardim Pantanal, região afetada por enchentes. Com base no ODS 13, sua apresentação foi clara, envolvente e inspiradora — mostrando que os estudantes podem sim desenvolver projetos sérios e bem estruturados, com potencial de engajamento comunitário.

Quando a pergunta é um pitch

Encerramos o aulão com um exemplo de pergunta-pitch feita pela estudante Sofia, da Imprensa Jovem. Em uma coletiva com o prefeito, ela usou a técnica para formular uma pergunta impactante sobre a inclusão de pessoas neurodivergentes no sistema educacional. O resultado? Uma resposta completa e atenta, que mostra como perguntas bem feitas também podem provocar grandes conversas.


Aulão na integra 



Esse encontro reforçou que a Educomunicação é mais do que uma metodologia — é um caminho para desenvolver a escuta, a fala e o protagonismo estudantil. E o pitch, com sua estrutura simples e poderosa, é uma ferramenta que ajuda a construir pontes entre ideias e ações concretas.

Por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Foto : Pixabay 



domingo, 8 de junho de 2025

Criada a Lei Imprensa Jovem: Bastidores da Articulação de uma Política Pública de Educomunicação


Foi sancionada a Lei 18.268/2024 (dísponível), que consolida o Programa Imprensa Jovem como política pública na cidade de São Paulo. De autoria do vereador Professor Eliseu Gabriel, a sanção da lei representa a realização de um sonho que começou a ser idealizada a pelo menos 10 anos: transformar um programa educacional virtuoso em um direito garantido aos estudantes da Rede Municipal de Ensino.

LEI Nº 18.268 de 3 de Junho de 2025

Consolida o Programa Imprensa Jovem no âmbito do Município de São Paulo; altera a Lei nº 13.941, de 28 de dezembro de 2004, conforme especifica, e dá outras providências.

LEI Nº 18.268, DE 3 DE JUNHO DE 2025

(Projeto de Lei nº 673/23, do Vereador Eliseu Gabriel – PSB)

 Consolida o Programa Imprensa Jovem no âmbito do Município de São Paulo; altera a Lei nº 13.941, de 28 de dezembro de 2004, conforme especifica, e dá outras providências.

RICARDO NUNES, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 8 de maio de 2025, decretou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1º Fica consolidado o Programa Imprensa Jovem no âmbito do Município de São Paulo, com o objetivo de desenvolver a Educomunicação, potencializando a Alfabetização Midiática lnformacional, a Educação Midiática, o direito à comunicação e à liberdade de expressão, de forma ética e responsável.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, entende-se como Educomunicação o conjunto de ações destinadas a criar e a desenvolver ecossistemas comunicativos abertos e criativos em espaços culturais, midiáticos e educativos formais e não formais mediados pelas linguagens e processos da comunicação e/ou das artes, bem como pelas tecnologias da informação e comunicação, garantindo-se as condições para a aprendizagem e o exercício da liberdade de expressão.

Art. 2º O Programa Imprensa Jovem tem como objetivos gerais:

I - criar ecossistemas comunicativos abertos e democráticos para promover os direitos humanos, em particular o direito à comunicação e à liberdade de expressão, no âmbito das comunidades escolares;

II - promover e fortalecer os princípios democráticos, a laicidade da escola pública e o exercício da cidadania;

III - impulsionar o protagonismo infanto-juvenil por meio da autoria das crianças e jovens, a partir das linguagens midiáticas e suas tecnologias;

IV - promover o diálogo, a tolerância, o respeito e a solidariedade frente às pessoas com deficiência e às diversidades de idade e social, garantindo, inclusive, o direito de expressão de todos nos espaços escolares;

V - promover a expressão comunicativa, cultural e criativa de bebês, crianças, jovens e adultos, respeitando-se a diversidade e potencializando a sua riqueza;

VI - potencializar o desenvolvimento da competência verbal, tanto oral, quanto da leitura e da escrita, de crianças e jovens, por meio de projetos colaborativos e de autoria;

VII - promover o exercício permanente de leitura crítica dos meios de comunicação e a autonomia das crianças e jovens frente aos mesmos;

VIII - contribuir para o letramento digital;

IX - contribuir com o fortalecimento da educação pública de qualidade como um direito de todos os bebês, crianças, jovens e adultos em idade escolar;

X - promover o acesso às informações e outros conteúdos de mídia.

Art. 3º O Poder Executivo adotará as medidas que forem necessárias ao cumprimento dos objetivos gerais dispostos no art. 2º desta Lei, bem como à manutenção e ao aprimoramento do Programa Imprensa Jovem, podendo, além de outras:

I - adotar a metodologia e processos do referido Programa para potencializar a produção e o acesso à informação descentralizada e colaborativa;

II - celebrar convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, com entidades governamentais e não governamentais, estabelecendo parcerias com instituições públicas e privadas em todos os níveis, devidamente reconhecidas, e com organizações da sociedade civil;

III - obter apoio, buscar promoção e promover ampla divulgação junto aos mais diversos meios de comunicação;

IV - receber aporte de recursos de instituições públicas ou privadas, interessadas em contribuir com o Programa.

Art. 4º O art. 2º da Lei nº 13.941, de 28 de dezembro de 2004, passa a vigorar acrescido dos incisos X e XI, com a seguinte redação:

“Art. 2º .......................................................................................

....................................................................................................

X - contribuir com o fortalecimento da educação pública de qualidade como um direito de todos os bebês, crianças, jovens e adultos m idade escolar;

XI - promover o acesso a informações e outros conteúdos de mídia.” (NR)

Art. 5º As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 3 de junho de 2025, 472º da fundação de São Paulo.

RICARDO NUNES

PREFEITO

ENRICO VAN BLARCUM DE GRAAFF MISASI

Secretário Municipal da Casa Civil

As Primeiras Conexões: Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação

Essa história começou quando tive a oportunidade de integrar o Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (clique). Foi um momento decisivo em que conheci pessoas inspiradoras, como Allen Habert, diretor do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo e de articulação nacional da CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados.

Durante os encontros e debates no Conselho, o Programa Imprensa Jovem chamou a atenção por dar protagonismo às crianças, adolescentes e jovens na construção de políticas públicas. A atuação dos estudantes e suas perguntas impactavam os conselheiros. Foi então que Allen me convidou para integrar também como membro do  Conselho da CNTU, abrindo novas portas para o projeto.

Visibilidade e Apoio na CNTU

Começamos a cobrir eventos da CNTU com a equipe do Imprensa Jovem, o que nos deu enorme visibilidade. O Conselho reunia representantes de diversas áreas: políticos, sindicalistas, pesquisadores, comunicadores, gestores públicos e professores. Em uma conversa com Allen, compartilhei o desejo de tornar o Imprensa Jovem uma política pública. Foi ele quem me apresentou ao Helvio, assessor do vereador Eliseu Gabriel.

Tivemos nossos primeiros contatos, mas por conta do período eleitoral, o processo foi adiado. Mesmo assim, seguimos ativos. A CNTU criou a agenda minima para as eleições de 2020 "A Agenda São Paulo Sua" clique aqui, com propostas para a próxima para cidade.  No eixo da Educação, conseguimos incluir a proposta do Imprensa Jovem como sugestão de política pública – uma conquista feita a muitas mãos.

Clique na imagem para assistir

Avanços e Reconhecimento

Mesmo sem avanço imediato na articulação para criação de uma proposta a ser encaminhada para Câmara, o Programa Imprensa Jovem continuou crescendo. Em 2016, foi instituído por meio da Portaria SME 7.991/16, consolidando sua atuação na Rede. Com a reestruturação administrativa da SME/SP além do programa, foi criado o Núcleo de Educomunicação, primeiro setor  especializado em educomunicação dentro de uma Secretaria Municipal de Educação no Brasil (sabia mais).

Ao longo dos anos, formamos mais de 4 mil professores anualmente e recebemos prêmios nacionais e internacionais. Em 2019, fomos contemplados com o Prêmio de Aprendizagem Criativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A premiação nos levou a um intercâmbio nos Estados Unidos, onde pudemos aprofundar nossa experiência.

A Reaproximação com Allen e o Papel de Novos Atores

Após essa fase de reconhecimento, Allen me convidou para um evento no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, onde reencontrei os colegas da Conferência Nova São Paulo e do CNTU. Falei sobre a trajetória do programa Imprensa Jovem, em especial, sobre prêmio que ganhamos de Aprendizagem Criativa, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts  (MIT) e, ao final da minha participação, Allen pediu em público ao Helvio que apoiasse a criação da lei. Troquei contatos com Helvio Moises que é assessor do  vereador paulistano, prof. Eliseu Gabriel, e logo marcamos uma reunião com o gabinete do vereador Eliseu Gabriel. Já levávamos um esboço da futura proposição legislativa.

Apoio Interno: O Papel do Núcleo de Currículo

Na Secretaria Municipal de Educação, o Núcleo de Currículo passou por diversas transições. Dentro dele, o Núcleo de Educomunicação – um dos sete núcleos estratégicos – seguiu se fortalecendo. Quem enxergou o potencial de tornar o programa Imprensa Jovem uma política pública foi o diretor Aparecido Sutero, o Cido.

Com o apoio do Cido, apresentamos à assessora parlamentar Kathleen Gomes, do gabinete do vereador, o desenho da lei e a proposta de instituir uma Semana do Imprensa Jovem e da Educomunicação no calendário oficial da cidade.

O Caminho até a Aprovação da Lei

Em 2023, voltamos ao gabinete com a primeira versão do Projeto de Lei do Imprensa Jovem. Após adequações pelo assessoria do vereador com grande apoio de Kathleen e também do Helvio, construi-se a primeira versão do PL 675/2023. Esta foi apresentada aos parlamentares que passou pela primeira votação. Mas, por ser final de ano e período eleitoral, o processo foi interrompido. A nova legislatura retomou a tramitação, e o projeto foi analisado pela Comissão de Educação da Câmara Municipal de São Paulo.

Houve necessidade de ajustes, especialmente em um item relacionado à questão de gênero [Acesse crônica educomunicativa]. Com as alterações realizadas, o projeto voltou ao plenário, passou pela segunda votação e, finalmente, foi aprovado .

Vitória Histórica: O Imprensa Jovem é Lei

Hoje, com a sanção da Lei  18.268/2024, o Programa Imprensa Jovem se torna oficialmente uma política pública da cidade de São Paulo. É uma conquista inédita no Brasil: um programa de Educomunicação institucionalizado por lei, reconhecendo o direito à produção midiática estudantil como parte da educação integral.

Essa vitória é de todos e todas que acreditam no poder da comunicação feita por estudantes, e no papel transformador da escola como espaço de voz, expressão e participação cidadã.

Por Carlos Lima: Educomunicador e professor

Foto: Imprensa Jovem na Virada ODS


Educomunicação e Protagonismo Estudantil: Quando o Clima Entra em Pauta nas Escolas

Como estudantes da Rede Municipal de São Paulo estão usando a comunicação para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e promover o b...