sábado, 31 de agosto de 2024

O X da Questão: A Primeira Rede Social do Imprensa Jovem


Quando o Twitter chegou ao Brasil em 2008, rapidamente se tornou uma ferramenta essencial para as agências de notícias do Imprensa Jovem. Com suas postagens curtas de 140 caracteres, o Twitter ofereceu uma nova oportunidade para os jovens repórteres divulgarem suas produções além dos limites de suas escolas.

Naquela época, a educação já estava se transformando com as novidades da cultura digital. Blogs escolares estavam em alta, servindo como plataformas para compartilhar conteúdos com a comunidade. O Twitter, com sua simplicidade e integração de imagens, caiu no gosto dos estudantes. Era um miniblog que permitia a construção de mensagens concisas, chamativas e capazes de atrair seguidores.

A princípio, parecia um desafio para nós, educadores, imaginar que os jovens poderiam expressar algo significativo em tão poucas palavras. No entanto, os estudantes já estavam imersos em salas de bate-papo e no universo do "internetês", uma linguagem simplificada e popularizada pelo uso frequente no MSN Messenger e no Orkut . Logo, adaptar essa cultura de comunicação ágil e breve ao Imprensa Jovem tornou-se natural.

Criar uma conta no Twitter e divulgar conteúdo era simples. Assim como hoje no Instagram, era possível usar @ com perfis dedicados. Perfis como @nasondasdoradio e @imprensajovem rapidamente reuniram milhares de seguidores, inclusive de outros projetos educacionais. As equipes faziam colaborações (ou "Colabs") para divulgar suas produções, utilizando hashtags específicas para programas e eventos. Até o secretário de Educação, recebia tweets das escolas, com estudantes enviando informações e compartilhando projetos.

Um dos momentos mais marcantes do uso do Twitter pelo Imprensa Jovem foi a cobertura colaborativa do evento "Valeu, Professor!". A cobertura descentralizada em vários CEUs (Centros de Educação Unificados) na cidade com várias equipes atuando simultaneamente em diferentes pontos da cidade, foi um desafio que conseguimos superar com criatividade. Criamos uma hashtag comum para todas as equipes, permitindo a divulgação das matérias em tempo real, o que reforçou a colaboração entre os jovens repórteres.

Embora o Twitter, agora renomeado para "X", tenha enfrentado desafios legais nos últimos anos, é inegável que, durante o período em que o utilizamos, ele foi uma ferramenta poderosa para o Imprensa Jovem. Como diz a música, "foi um tempo bom que não volta nunca mais".

O X da questão é que o Twitter foi a primeira rede social que realmente marcou o Imprensa Jovem, inaugurando uma nova era de comunicação e colaboração entre os jovens repórteres.

Escrito por Carlos Lima - Educomunicador e professor

Imagem : Freepik


quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Como Produzir uma Boa Entrevista para o Podcast: Dicas para Cobrir Grandes Eventos


Cobrir um grande evento é uma tarefa desafiadora, mas com a preparação adequada, sua equipe pode realizar entrevistas envolventes e informativas. A chave para o sucesso está em estar bem informado sobre o evento, seus temas, e as pessoas envolvidas. Vou compartilhar algumas dicas importantes que ajudarão sua equipe a se destacar na cobertura.

1. Estudo Prévio: Conheça o Evento e os Entrevistados

Antes de qualquer cobertura, é fundamental que sua equipe estude o evento e os temas que serão abordados. Conhecer o contexto e as pessoas que participarão do evento é essencial. Isso não apenas facilita a elaboração de perguntas relevantes, mas também ajuda a equipe a se sentir mais confiante ao abordar os entrevistados.

Por exemplo, se a equipe vai cobrir a Bienal do Livro e tem a chance de entrevistar um autor renomado como Pedro Bandeira, é crucial que conheçam sua obra e tenham perguntas preparadas que despertem um bom diálogo. Além disso, devem estar preparados para entrevistar outras figuras envolvidas no evento, como editores, leitores e organizadores.

2. Planejamento: Tenha um Roteiro Flexível

Elabore um roteiro de perguntas que sejam abertas e que possam ser adaptadas conforme a conversa evolua. Perguntas abertas permitem que os entrevistados expressem suas opiniões e compartilhem informações valiosas que talvez não fossem obtidas com perguntas fechadas.

Tenha em mente que o roteiro não deve ser um guia rígido. Muitas vezes, as melhores entrevistas acontecem quando os entrevistadores seguem o fluxo natural da conversa, sabendo quando desviar do roteiro para explorar algo inesperado ou interessante que o entrevistado mencionou.

3. Equipamentos: Simples e Eficazes

Para garantir que a equipe capture todo o conteúdo necessário, os equipamentos devem ser fáceis de usar e confiáveis. Microfones portáteis, gravadores de áudio de boa qualidade e câmeras compactas são ideais para coberturas dinâmicas. Certifique-se de que todos os equipamentos estejam funcionando perfeitamente antes do evento, e que a equipe saiba como utilizá-los corretamente.

4. Postura e Conduta: Seja Profissional e Respeitoso

A postura da equipe durante o evento é crucial. Ensine-os a serem profissionais e respeitosos, tanto com os entrevistados quanto com o público. Isso inclui pedir permissão para realizar entrevistas e utilizar imagens, bem como respeitar o tempo e o espaço dos participantes do evento.

5. Autorização e Direitos de Imagem

Não se esqueça de obter autorizações para realizar entrevistas e capturar imagens. Isso evita problemas legais e assegura que todos os envolvidos estejam cientes e de acordo com a utilização do material gravado.

6. Lidar com o Imprevisto: Mantenha a Calma e a Criatividade

É comum surgir uma situação em que sua equipe precisa entrevistar alguém sem preparo prévio. Nesse caso, oriente-os a fazer perguntas gerais que podem se aplicar a qualquer pessoa no evento, como "O que você mais gosta neste evento?" ou "Qual a sua expectativa em relação ao tema abordado?". Isso pode abrir portas para conversas mais profundas e interessantes.

A Exploração como Metáfora

Cobrir um evento é como explorar uma nova cidade. Você se prepara, define seus interesses, e está pronto para descobrir algo novo. O objetivo final é conhecer e compartilhar essas descobertas com o público de forma autêntica e criativa. Com essas dicas, sua equipe estará pronta para realizar entrevistas memoráveis que irão enriquecer o podcast e engajar os ouvintes.


Lembre-se: a chave para uma boa entrevista é a combinação de preparação, flexibilidade e uma abordagem curiosa e respeitosa. Boa sorte na cobertura do próximo evento!

Escrito por: Carlos Lima: Educomunicador e professor


domingo, 25 de agosto de 2024

Quem tem poder na eleição de Sampa é o corte


Certa vez, fui convidado para ministrar uma oficina de edição de vídeo para professores. Ao perguntar o que gostariam de aprender, a resposta foi direta: "Queremos saber usar o editor instalado nos computadores do laboratório de informática." Refleti por um instante e sugeri: "Então vocês querem uma oficina de produção de vídeo?" Mas a resposta veio rápida: "Não, professor! Queremos editar o vídeo." Foi aí que percebi a importância da edição e alertei: "Se eu ensinar vocês a editar, terão que manipular a informação, porque na edição vocês escolhem o que querem divulgar."

Cortar uma imagem em um editor de vídeo é uma tarefa relativamente fácil. A técnica permite remover o início, o fim e partes do meio do vídeo. No entanto, escolher o que divulgar é uma responsabilidade cívica. É preciso ser consciente e ter uma noção clara do impacto que o vídeo terá no público.

Hoje, estamos vivendo uma situação peculiar nas eleições em São Paulo. Conteúdos disseminados nas redes sociais transformam falas de um candidato em espetáculos. Milimetricamente escolhidas, essas cenas alcançam alta viralização. Segundos de vídeo que pegam as pessoas de surpresa e conquistam a confiança de quem assiste.

O corte intencional de conteúdos e sua exposição nas mídias têm o poder de alcançar milhares de pessoas, mais rápido e eficiente  que um santinho eleitoral com número do candidato. Qualquer garoto de 14 anos consegue manipular, construir ou criar, um vídeo com aplicativos como CapCut. Eles são mestres em produzir conteúdo que afeta as pessoas. Me sinto analógico AZ num mundo digital 01 dos mais jovens. 

O fenômeno que estamos presenciando não é mágica, como o personagem Mister M dos anos 90. É uma estratégia de comunicação eficaz que beneficia candidatos por meio de técnicas que projetam suas imagens e ideias em vídeos curtos nas redes sociais, como Reels, TikTok, Instagram e YouTube Shorts. Essas narrativas são colocadas à disposição de milhares de internautas, que cortam, selecionam as melhores falas e ajudam a amplificar as ideias do candidato para milhões de pessoas. 

Como uma oportunidade de ganho, influencers e aspirantes a influencers utilizam e abusam desses pedaços de podcasts, palestras, debates e outros conteúdos para capturar a atenção de um público cada vez mais condicionado a consumir informação de forma rápida e fragmentada. Assim, na eleição de São Paulo, o verdadeiro poder pode estar no corte—na edição, na escolha cuidadosa do que será mostrado e, por consequência, na formação da opinião pública.

Escrito por Carlos Lima : Educomunicador e professor

Imagem:  Freepik

sábado, 24 de agosto de 2024

Agora a Educomunição tem um documento escolar


Na Educação, parece que se não houver um documento formal, a prática não é considerada educativa. Por quanto tempo existiram radioescola, cineclubes, jornais, audiovisual, TV, fotografia, HQs e, mais recentemente, a criação e uso de conteúdos de mídias sociais e digitais, sem serem levados a sério porque não eram considerados curriculares. No currículo tradicional, disciplinas como Matemática, Português, História, Geografia, Artes e Ciências têm seu lugar garantido. Tudo bem, talvez as linguagens da comunicação não precisem ser uma área curricular, mas desconsiderá-las nos processos educativos é um desprezo significativo pela Comunicação na Educação.

Paulo Freire, sempre lembrado por seus ensinamentos, dizia que "Educação é Comunicação". A Educomunicação é a essência dessa visão freireana. A Comunicação na Educação deixa as marcas dos estudantes durante o processo de apropriação e construção de conhecimentos.

Por isso, decidiu-se criar um documento para orientar o processo educomunicativo nas escolas, uma orientação pedagógica que apresente as linguagens com o poder de aparecer nas aulas, não apenas como técnica ou conteúdo, mas comoum novo paradigma metodológico que envolve a Comunicação, suas linguagens e tecnologias.

Assista o podcast sobre o documento de Orientações Pedagógicas de Educomunicação

Educomunicação não se explica como uma fórmula matemática, nem como uma regra gramatical, um episódio histórico, a explicação de um fenômeno cultural ou uma abstração artística. Mas pode estar junto de tudo isso, promovendo partilhas, intercâmbio, conexões, comunicações, formas de expressar, de falar e de ouvir.

Muitas vezes, erroneamente, colocam a Educomunicação na caixa de ferramentas das tecnologias. Embora não seja tecnologia, a área de Tecnologia para Aprendizagem é um dos poucos lugares na educação onde a Educomunicação é acolhida e considerada uma parceira. 

A alegria de ver a Educomunicação finalmente conquistar um lugar na prateleira do Coordenador Pedagógico é como uma vitória na Champions League para um time modesto mas muito talentoso e encantador.

A orientação pedagógica  de Educomunicação é uma conquista dentro da escola pública e agora podemos dizer que temos um lugar de respeito na Educação.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Escrevendo para o Blog do zero: Dicas Essenciais


Escrever uma matéria para o blog é como ter uma boa conversa com o leitor, só que em texto. O objetivo é trazer informações relevantes e apresentá-las de maneira clara e envolvente, destacando o que é mais importante para o público. A simplicidade na produção de um texto para o blog facilita a criação jornalística, especialmente nas agências de notícias estudantis. 

O que deve conter no texto do blog?

Pense no texto como um recado que você deseja deixar para alguém. Para ser eficaz, esse recado precisa responder a algumas perguntas básicas:

- Qual é o assunto?

- Por que o assunto é importante?

- Para quem o assunto é relevante?

- Quando e onde acontece?

- Como acontece?

Exemplo prático:

Imprensa Jovem estará na Bienal

As agências de notícias estudantis realizarão a cobertura jornalística da Bienal do Livro. O evento ocorrerá entre os dias 06 e 14 de setembro, no Anhembi. Estudantes repórteres do projeto e grêmistas poderão participar. Entre as atividades previstas estão a criação de podcasts, produção de matérias em vídeo e desenvolvimento de conteúdos para o Blog RIJOVEM. Interessados devem entrar em contato pelos grupos de WhatsApp.

Este é um exemplo de como um texto de blog pode ser estruturado de forma simples e direta, como um mini blog. Podemos incluir uma foto para ilustrar o recado e facilitar a divulgação.

Estrutura para um bom texto de blog:

Se você fosse escrever um artigo mais detalhado sobre a participação do Imprensa Jovem na Bienal, precisaria oferecer mais informações para dar credibilidade ao assunto. Aqui está uma estrutura que pode ajudar:

1. Título

2. Lead ou resumo

3. Parágrafo explicando o assunto

4. Parágrafo explicando como acontece

5. Parágrafo com exemplos ou depoimentos

6. Parágrafo convidando o leitor a saber mais

Para garantir uma leitura fluida, use frases curtas e parágrafos com no máximo quatro frases. Utilize links para aprofundar informações, mas certifique-se de que a palavra linkada deixe o texto claro, mesmo sem o aprofundamento. Evite siglas e palavras estrangeiras para não dificultar o entendimento.

A importância da foto no blog:

A foto conta uma história. Ela é essencial para dar ao texto mais contexto e reduzir a necessidade de explicações detalhadas. Prefira imagens em enquadramento horizontal, pois permitem apresentar elementos como ação, ambiente e atmosfera, enriquecendo o conteúdo visualmente.

Vantagem do blog:

Uma grande vantagem de escrever para o blog é a facilidade de compartilhar o conteúdo em diferentes plataformas de redes sociais, ampliando o alcance da sua mensagem.

Escrito por Carlos Lima: Educomunicador e professor

Foto: Freepix

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Vale a pena criar um Blog? Descubra o potencial pedagógico desta ferramenta (Acesse)


quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Pod, Narguilé? Papo reto entre Estudantes e Médico


Em meados dos anos 80, a televisão nos bombardeava com comerciais que glorificavam o poder e o estilo de vida aventureiro dos jovens. Atletas radicais eram os heróis do momento. Fumar estava associado a essa imagem de invencibilidade e charme, e rapidamente se tornou uma moda entre adolescentes, que inicialmente fumavam escondido, mas logo tornaram o hábito público, exibindo-o nos bailes e festas.

Fumar era chique. Era símbolo de masculinidade e poder feminino. Tanto que, em viagens de avião, a classe A era reservada para os fumantes. Lembro-me bem da primeira vez que traguei um cigarro. Eu tinha 14 anos, e um grupo que estava bebendo Fogo Paulista trouxe uma carteira de Hollywood – "O Sucesso", como dizia o famoso comercial que passava durante as novelas e o Jornal Nacional, associando o cigarro ao espírito esportivo dos jovens atletas. Os comerciais ganhavam ainda uma trilha roqueira, pancadão da época.

Comercial Hollywood o Sucesso

Essa ilusão de poder, porém, gerou uma crise global de saúde pública, resultando em doenças, câncer de pulmão, e mortes prematuras. Meu pai foi uma dessas vítimas. 

Com o tempo, o tabagismo se reinventou para capturar a atenção das novas gerações. Surgiram novas formas de socialização envolvendo o tabaco, criando uma cultura e um mercado próprios. Reunir amigos para fumar narguilé se tornou parte dos momentos de socialização, especialmente nas periferias, onde as tabacarias lotam a partir das 19h, com música alta, bebidas e muita cachaça.

Jovens fumando narguilé em Tabacaria 

Adolescentes, meninos e meninas, aproveitam esses momentos para desestressar. Saem com as mentes mais leves, mas comprometem a saúde a longo prazo. Nesse rolê, o preço é alto, mas as consequências podem ser ainda maiores, como uma dívida que, diferente das Casas Bahia, não tem parcelamento.

Tabacarias e adegas se tornaram pontos de encontro, onde se reforça uma atmosfera de consumo que faz os jovens se sentirem tão poderosos quanto os que fumavam cigarros décadas atrás. 

Agora, a Câmara Legislativa do Brasil está se preparando para regulamentear o uso do cigarro eletrônico, o Vape. O Projeto de Lei 5.008/2023, que pretende permitir, com regras, a venda de cigarros eletrônicos no Brasil, está previsto para ser votado na 33ª Reunião da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Vale destacar que a comissão responsável é de Assuntos Econômicos, e não de Saúde.

Recentemente, um grupo de jovens repórteres do Imprensa Jovem convidou o Dr. Alexandre Bezerra, do Hospital das Clínicas, para um bate-papo no podcast PodConversar. No episódio "Pod ou Não Pode?", estudantes do Ensino Médio, junto com colegas da área de Saúde, discutiram sobre o tema. O programa levantou várias questões sobre as curiosidades dos estudantes e o impacto dessa nova moda de fumar.

Clique para acessar o programa  

A grande pergunta que ficou após o programa foi: por que não discutimos melhor esse assunto, envolvendo diretamente aqueles que serão impactados no futuro? Será que, no lugar de um carnê das Casas Bahia sem juros, não estamos criando dívidas impagáveis em cheque especial ou no cartão de crédito? 

Foto:  Freepix e Adobe

Escrito por Carlos Lima:  Educomunicador e professor



segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Nem-Nem ou Sem-Sem: O que a escola tem a oferecer?


Lembro dos meus 14 anos, quando tínhamos a oportunidade de estudar no SENAI durante as férias escolares. Era uma chance oferecida principalmente para filhos de trabalhadores metalúrgicos. Íamos ao SENAI do Brás, onde além de aprender ofícios técnicos que nos ajudava num futuro profissional. Essas formações rápidas e práticas ofereciam aos jovens a possibilidade de ingressar como aprendizes nas fábricas, além de permitir a continuidade dos estudos no ginasial e, posteriormente, no colegial, acompanhados de cursos técnicos como torneiro mecânico, eletricista, inspetor de qualidade, entre outros.

Mas o mundo mudou muito desde então. Passamos por uma revolução no mercado de trabalho que afetou profundamente a formação e o preparo das novas gerações. As tecnologias digitais trouxeram soluções para diversas áreas da vida, mas também complicaram o papel da escola. O impacto dessas tecnologias redefiniu a relação dos jovens com o mundo e forçou uma reconfiguração rápida do mercado de trabalho para atender os anseios das novas gerações. No entanto, enquanto o mundo se transformava, a escola ficou para trás em muitos aspectos, ainda que tenha avançado em áreas como as humanidades e até proporcionou a sua universalização em quase todos os terrtórios do país. Mas a grande questão é: o que a escola realmente tem oferecido às novas gerações?

A sociedade tem percebido que os adolescentes estão cada vez mais desinteressados na escola. Não é de hoje que o ensino médio, em particular, tem deixado de encantar os estudantes. Nesta etapa crucial da vida, em que os jovens estão cheios de sonhos e dúvidas sobre o futuro, é quando a escola deveria capturar suas esperanças e dar alento às suas visões de mundo. No entanto, uma máxima que circula no mercado de trabalho é que os jovens não estão preparados para os desafios de hoje. Muitos têm dificuldade com leitura, escrita e raciocínio matemático, o que, segundo essa visão, exigiria um treinamento adicional até mesmo para integrar o uso de tecnologias e novas competências como comunicação, trabalhar em equipe, entre outras, visto como um custo pelas empresas. Para essas, é mais lucrativo substituir trabalhadores por máquinas ou contratar jovens aprendizes ou temporários, especialmente após as recentes reformas trabalhistas. Aliás as recentes reformas trouxeram um novo de trabalhador. O empreendedor, o trabalho autonomo. Trouxe junto a uberização do trabalho acelerado com a pandemia recente. 

Essa narrativa de que os jovens são responsáveis por não estarem trabalhando ou estudando – os chamados "nem-nem" – é simplista e injusta. A  iniciativa privada e até governos, se apaixonou pelos processos de inovação que produzem mais com menos mão de obra, em nome da eficiência. Mas, ao mesmo tempo, deixaram um exército de jovens criativos e dispostos a contribuir, à margem, pelo fato de não estarem preparados.

Para os especialistas em economia que falam sobre as milhões de oportunidades que o futuro reserva, fica a pergunta: qual é o papel de vocês na preparação desses jovens para ocupar essas vagas promissoras? Para os governos, uma reflexão necessária: que tipo de educação está sendo oferecida para explorar os desejos e as potencialidades das juventudes, em um tempo que exige muito mais do que o simples "mais do mesmo"? 

A escola precisa urgentemente se repensar e se reconectar com as realidades e aspirações dos jovens, caso contrário, continuaremos a ver gerações desinteressadas e desconectadas de um futuro que, ironicamente, promete ser cheio de oportunidades.

Para saber mais:

Estudo recente da ONU sobre Nem-Nem no mundo (acesse)

Plataforma Atlas das Juventudes.  (acesse)

Competência do Século XXI (acesse)

Uberização do trabalho (acesse)

Foto: Free Pix (acesse)

Escrito por Carlos Lima: Educomunicador e professor

domingo, 18 de agosto de 2024

Criar podcast : Tudo começa com um bom roteiro



Realizar um podcast é como conduzir uma conversa guiada, que embora pareça um bate-papo descontraído, tem um objetivo claro de explorar um tema específico. Para isso, é fundamental realizar entrevistas com convidados. O(s) realizador(s) explora(m) o tema, enquanto o convidado oferece explicações e insights. 

Com recursos simples  como celular e fone ou microfone de lapela (Bluetooth) é possível  gravar o programa no WhatsApp, App de gravação do celular outros recursos.

O apresentador do podcast, conhecido como host, é quem comanda o programa. Ele ou ela é o guia do show, fazendo a abertura, apresentando os participantes, comentando os tópicos e incluindo a participação do público, se houver.

Estrutura do Roteiro

Um roteiro bem estruturado é essencial para manter o programa claro e envolvente para o público. Aqui está um modelo de sequência:

1. Contextualização do Assunto

   - Introduza o tema do programa gerando curiosidade 

2. Apresentação

   -Faça uma saudação e se apresente.


3. Apresentação do Convidado

   -  Faça a apresentação com mini biografia do convidado.


4. Primeira Pergunta

   - O repórter faz a primeira pergunta ao convidado.


5. Sequência de Perguntas

   - O repórter e outros jornalistas fazem as perguntas seguintes, normalmente três.


6. Participação do Público

   - Incluir perguntas ou comentários do público, se houver.


7. Encerramento

   - Agradecimento ao convidado e despedida.


8. Chamada para Ação

   - Informações sobre onde encontrar mais conteúdos do projeto.


Boas Perguntas

Boas perguntas são aquelas que capturam a atenção do público. Elas devem ser organizadas de forma que as mais gerais sejam feitas antes das mais específicas. Por exemplo:

Tema: Ganhador do Prêmio Imprensa Jovem

1. Interesse em participar do grêmio?

2. Realizações principais?

3. Importância do prêmio?

Observe que as perguntas evoluem do geral para o específico.


Roteiro Completo


Contextualizando o asunto

O Prêmio VEM é uma iniciativa para celebrar as boas práticas desenvolvidas pelos grêmios. No programa de hoje, vamos conversar com o ganhador do Prêmio VEM 2024.

Apresentação:

Olá! Eu sou Carlos Lima do Imprensa Jovem.

Apresentação do Convidado:

No programa de hoje, iremos conversar com Paulo Lima da EMEF Viração Jovem. Como vai, Paulo? Seja bem-vindo.

Primeira Pergunta:

Nosso programa conta com Onezio Cruz, repórter do Imprensa Jovem, que irá realizar as perguntas. Seja bem-vindo, Onezio. Qual é a primeira pergunta para nosso entrevistado?

Perguntas:

1. Como você se interessou pelo Grêmio na escola?

2. Qual foi a principal realização do grêmio durante sua experiência como presidente?

3. Qual a importância do prêmio para você?

Participação do Público:

Muito obrigado pela participação, Paulo. Vamos agora à participação do público.

Encerramento:

Nosso programa termina por aqui. Um forte abraço a todos e até o próximo programa.

Chamada para Ação:

E se quiser assistir a este e outros programas, acesse o YouTube EducomunicaçãoSME.

Este roteiro básico ajudará a manter seu podcast organizado e interessante, garantindo que cada episódio seja envolvente e informativo.


Escrito por Carlos Lima:  Educomunicador e professor

Imagem: Pixabay

sábado, 17 de agosto de 2024

Silvio Santos Vem Aí ! Silvio Santos foi ali !



Certa vez, me perguntaram qual era a minha maior referência em comunicação. Sem hesitar, respondi: Silvio Santos. O jovem educomunicador que me fez a pergunta ficou surpreso. Mas como não reconhecer a grandiosidade de Silvio Santos, um verdadeiro patrimônio da comunicação do Brasil e, por que não dizer, do mundo?

Silvio Santos é a personificação do comunicador que conecta, emociona e envolve seu público como poucos. Desde os tempos de rádio até o auge na televisão, ele sempre manteve a essência de um "conversador", alguém que fala diretamente com cada indivíduo, seja no auditório, seja em casa. Sua habilidade de dialogar cara a cara, de transformar o simples ato de comunicar em uma experiência emocionante, é algo que poucos conseguem replicar.

Quem não se lembra da icônica abertura "Silvio Santos vem aí! Para mim, esse bordão carrega uma nostalgia profunda. O primeiro programa de TV que assisti na vida foi "Domingo no Parque". Meu pai, com muito esforço, conseguiu comprar uma TV Telefunken preto e branco e a colocou na nossa sala. Naquele dia, ligamos o aparelho, e logo as crianças do cortiço onde morávamos se amontoaram na janela e na porta, todos fascinados, como se estivéssemos, de fato, no auditório com Silvio.

Silvio Santos criou mais do que programas; ele construiu pontes entre o auditório e o público em casa, entre o sonho e a realidade. Quem não se lembra do "Baú da Felicidade"? Ou dos momentos em que ele, de forma quase paternal, perguntava ao público: "Posso falar? Posso falar?". E claro, quem poderia esquecer da música "Lá-lá-lá-lá..." que até hoje ressoa na memória coletiva?

Silvio Santos é, sem dúvida, uma referência não só na comunicação, mas na forma de tratar o público, de entender o que as pessoas. Ele é, como se diz, "coisa nossa", uma presença que atravessa gerações, e que continuará a inspirar muitos, assim como me inspira até hoje.

O legado de Silvio Santos é inegável, e não posso deixar de reconhecer o impacto que ele teve – e ainda tem – na maneira como desenvolveu a comunicação no Brasil. Ele não apenas fez história; ele se tornou parte da nossa história.

Escrito por: Carlos Lima - Educomunicador e professor

Estudante Tem Voz: O Movimento que Ajudou a Construir um Currículo


A força das vozes dos estudantes não pode ser ignorada em uma escola pública de qualidade. Foi com essa convicção que o secretário Alexandre Schneider me confiou uma missão: desenvolver uma estratégia para ouvir os estudantes sobre o que eles pensam sobre educação. O que seria uma educação ideal para eles? O que a escola deveria oferecer? Como eles deveriam se comportar em uma "escola dos sonhos"? Assim nasceu o "Estudant4e Tem Voz", um marco na participação dos estudantes na educação e um exemplo de educomunicação em ação, com o apoio das equipes do Imprensa Jovem da cidade.

A essência do projeto, "jovens ouvindo jovens", está no DNA dos processos educomunicativos, promovendo a participação e o protagonismo dos estudantes na criação de novas visões de mundo. O primeiro desafio foi definir as perguntas a serem feitas aos estudantes. O Núcleo de Currículo sugeriu algumas questões, mas se a missão era realmente ouvir a opinião dos estudantes, era crucial que as perguntas e respostas partissem deles.

Estratégia de escuta dos estudantes para criação da pesquisa #Estudantemvoz

Organizamos três formas de escuta: oficinas de criação de conteúdos, coletivas de imprensa entre jovens e educadores, e encontros "Estudante Tem Voz". Visitamos 32 escolas em toda a cidade, levantando diversas preocupações dos estudantes. Em seguida, formamos um grupo de jovens de diferentes agências de notícias do Imprensa Jovem para definir os assuntos mais relevantes. Após uma oficina de criação de perguntas – uma prática comum na formação do Imprensa Jovem – as questões foram elaboradas pelos próprios jovens.

Coletiva Imprensa Jovem com Secretário Alexandre Schineider 

Outra ideia inovadora surgiu dos estudantes: por que não usar o aplicativo do Imprensa Jovem para facilitar a participação dos estudantes nas escolas? O aplicativo, criado para apoiar os jovens repórteres na cobertura de eventos, se mostrou uma ferramenta prática para alcançar os estudantes do Ensino Fundamental. Com o apoio dos estudantes do Imprensa Jovem, a pesquisa ganhou escala. Nos Laboratórios de Informática, os estudantes, junto com seus professores (POIE), lideraram o processo de escuta.


Pesquisa Imprensa Jovem Estudante tem Voz

A participação dos estudantes começou tímida, mas com o apoio do secretário, o movimento cresceu. Ao final, 43.655 estudantes responderam ao questionário (matéria Folha de São Paulo), tornando-se a maior pesquisa de educação já realizada no Brasil. As informações coletadas foram fundamentais para a construção da matriz de saberes do Currículo da Cidade de São Paulo. A iniciativa se consolidou como o Movimento Estudante Tem Voz, e alguns de seus métodos de escuta apoiaram também a construção do Currículo da Educação de Jovens e Adultos e do Ensino Médio.

O "Estudante Tem Voz" tem uma razão de ser: não podemos dar voz a quem já a tem. Precisamos criar e potencializar espaços onde essas vozes, ideias e desejos sejam acolhidos e ouvidos.

Entenda o Imprensa Jovem  

Por Carlos Lima - Educomunicador e Professor


terça-feira, 13 de agosto de 2024

Prefeitura de São Paulo inclui a “Semana Municipal da Imprensa Jovem – Educom” no calendário de eventos e datas comemorativas da cidade


No final de julho, a prefeitura de São Paulo promulgou a inserção da “Semana Municipal da Imprensa Jovem – Educom” na legislação municipal referente a datas comemorativas, eventos e feriados da cidade, em um inciso à lei Lei nº 14.485, proposto pelo vereador Eliseu Gabriel de Pieri. O projeto Imprensa Jovem, idealizado por Carlos Lima, coordenador do Núcleo de Educomunicação da prefeitura de São Paulo, promove a criação de agências de notícias em escolas do Ensino Infantil e Fundamental da capital paulista, em que estudantes protagonizam processos de criação de pautas, pesquisa e edição de conteúdos midiáticos. A iniciativa teve início em 2005, em uma escola da zona leste da cidade, e atualmente se aproxima da casa dos 100 mil beneficiados na rede municipal de ensino de São Paulo.

Ao longo de quase duas décadas de atuação, o Imprensa Jovem, que se consolidou como o mais importante projeto de alfabetização midiática e Informacional da América Latina, trouxe relevantes contribuições à educação pública paulistana. Vale destacar que, em 2017, o projeto teve uma participação de destaque na elaboração do Currículo da Cidade, quando estudantes do programa participaram da organização da pesquisa “Estudante tem Voz”, a maior consulta pública de educação do país, que reuniu 43.655 estudantes  para apresentar suas visões sobre educação e suas respectivas escolas. De acordo com Carlos Lima, outro momento de destaque foi a atuação do Projeto durante a pandemia da Covid-19: “as agências de notícias estudantis se dedicaram a apoiar as comunidades na Educação Remota, criando conteúdos que aproximaram a escola da comunidade, e esse trabalho foi reconhecido mundialmente pela Unesco com o prêmio Aliança Global pela Mídia e Informação”, destacou o criador da iniciativa.

O debate sobre a criação da Semana Municipal Imprensa Jovem – Educomunicação surgiu em 2023, durante uma reunião realizada no encontro da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). Em uma discussão sobre os 18 anos de atuação do Imprensa Jovem, Allen Habert, diretor de articulação nacional da CNTU, sugeriu a criação de um projeto de lei que se voltasse ao Programa Imprensa Jovem. Após uma etapa de diálogos com o parlamentar e sua equipe, a proposta foi assumida pelo vereador Eliseu Gabriel de Pieri.

Para Carlos Lira, a criação da semana comemorativa dedicada ao Imprensa Jovem representa mais um importante marco não só para o projeto, mas também para o campo da Educomunicação: “Com quase 25 anos de história, a Educomunicação tem sido uma presença constante na Educação Pública da cidade. Para a Semana Municipal da Imprensa Jovem, imaginamos um super evento que amplie, encante e inspire outras cidades e estados a desenvolverem seus projetos e programas educacionais. Se foi possível alcançar a criação de uma data para celebrar, podemos fazer dela uma das maiores celebrações de Educomunicação do mundo. Pretendemos aproveitar experiências já realizadas ao longo dos anos para construir uma semana inesquecível. Essas iniciativas irão integrar territórios, professores, formadores, núcleos educativos e, principalmente, estudantes”, defendeu Lima.

Publicado originalmente em ABPEDUCOM. Para acessar, clique aqui.


sábado, 10 de agosto de 2024

O Dia da Família na Escola

Antes da pandemia de coronavírus, tive a oportunidade de viajar a Boston para participar de um intercâmbio educacional. Passei quase uma semana em atividades no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde, junto a amigos de diversos projetos vencedores do Desafio de Aprendizagem Criativa (DAC), vivenciei momentos incríveis de aprendizado. Visitamos escolas, centros de pesquisa e organizações, imergindo em um ambiente de inovação e colaboração.



A experiência culminante foi o Scratch Day, um evento anual realizado em vários países para celebrar a criatividade por meio das tecnologias digitais e das chamadas low techs ou tecnologias desplugadas. Esse evento foi uma verdadeira celebração do "mão na massa", convidando pais e famílias a interagirem com seus filhos para criar e desenvolver atividades junto com os professores.

Foi uma experiência enriquecedora ver as famílias participando ativamente: apresentando palestras, conduzindo oficinas, engajando-se em rodas de conversa, e, principalmente, assistindo orgulhosamente seus filhos apresentarem suas ideias e produções. De fato, era um verdadeiro "Dia da Família na Escola".

O Dia da Família na Escola não pode ser encarado como uma simples reunião de pais, em que se comparece apenas para assinar o boletim dos filhos e receber orientações formais. Uma reunião de pais e mestres deve ser um encontro significativo para discutir a qualidade do ensino, um espaço para compartilhar informações importantes para o bom convívio escolar, ampliar a divulgação de campanhas essenciais para o bem-estar dos estudantes, e também um momento de prestação de contas da escola para com sua comunidade.

Já o Dia da Família na Escola deve ser um espaço de encontro, celebração e troca. Um momento de intercâmbio entre estudantes, famílias e professores, onde se constrói uma verdadeira comunidade educativa. Nesse contexto, a participação ativa das famílias é fundamental para fortalecer os laços entre a escola e a comunidade, e para garantir um ambiente de aprendizado mais colaborativo e inclusivo.

A importância de transformar o Dia da Família na Escola em uma ocasião rica em interações e aprendizagens, com um enfoque mais amplo do que o simples cumprimento de formalidades. Os pais poderiam compartilhar suas histórias de vida, brincar com brincadeiras deles, ao mesmo tempo que os estudantes poderia realizar hackton de ideias e apresentar na escola. O Dia da Familia na escola tem potencial de se tornar uma ferramenta social de aproximação da escola com sua familia e dos educadores com sua comunidade.

Por Calos Lima - Educomunicador e professor

Fotos  - Acervo dos Fellows DAC 2019

Sabia que o Imprensa Jovem teve 3 guardiöes que levaram a tocha olímpica ?


O Brasil teve a honra de sediar um dos maiores eventos esportivos do mundo: as Olimpíadas de 2016, realizadas no Rio de Janeiro. Esse foi um momento memorável, marcado por uma celebração vibrante do esporte e da paz. Um dos destaques desse grande evento foi o tradicional Revezamento da Tocha Olímpica, que envolveu 12 mil brasileiros escolhidos para conduzir o símbolo máximo dos Jogos Olímpicos por 370 cidades do país, entre maio e agosto de 2016.

A seleção dos condutores da tocha pelo Comitê Olímpico foi um reconhecimento de suas histórias de vida e de suas contribuições excepcionais para o esporte e o bem-estar social. Entre esses condutores, três participantes do programa de Educomunicação Agência de Notícias Imprensa Jovem tiveram a oportunidade única de representar suas cidades: Brasília, São Paulo e Petrolina.


Carlos Lima

Criador do Imprensa Jovem 

Carlos Lima foi um dos 110 escolhidos para o revezamento em Petrolina, Pernambuco. Sua indicação se deu em reconhecimento à sua significativa contribuição para a prática educomunicativa. Com raízes familiares na cidade pernambucana, mas atuando em São Paulo, Carlos Lima é professor e um dos idealizadores do projeto Imprensa Jovem, mantido pela Secretaria de Educação do Município de São Paulo. Sua seleção para o revezamento da tocha foi um marco que ressaltou a importância da educomunicação no Brasil.

Leia mais sobre a participação de Carlos Lima

Assista ao vídeo da participação de Carlos Lima no revezamento


Hanan Daqqah

Refugiada participante do Imprensa Jovem Grito do Glicério da EMEF Duque de Caxias 

Hanan Daqqah, uma refugiada síria de 12 anos, foi uma das primeiras condutoras da Tocha Olímpica em Brasília (DF). Residente no Brasil desde o ano anterior, Hanan foi escolhida pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, a partir de uma sugestão da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Ela participou do revezamento no primeiro dia da Tocha em solo brasileiro, conduzindo-a na Esplanada dos Ministérios, logo após a Chama Olímpica deixar o Palácio do Planalto.

Matéria sobre Hanan Daqqah

Assista entrevista de Hanan Daqqah pelo Imprensa Jovem


Leandro Costa

Jovem repórter do Imprensa Jovem da EMEF João Augusto Breves 

Leandro Costa, aluno repórter da Rádio BNE, foi outro jovem educomunicador que teve a honra de conduzir a Tocha Olímpica em São Paulo. Sob a orientação do professor Sidnei Lopes, Leandro, conhecido por sua determinação e dedicação, percorreu um trecho emblemático do centro de São Paulo, começando na esquina da Conselheiro com a São João, quase em frente ao Teatro Municipal. Morador de uma favela próxima à EMEF João Augusto Breves, Leandro divide seu tempo entre os estudos e o trabalho no bar de seu pai na comunidade. Sua participação no revezamento foi um motivo de grande orgulho para sua família, amigos e professores.

A participação desses jovens no Revezamento da Tocha Olímpica é um testemunho do impacto transformador da educomunicação na vida de nossos estudantes e na sociedade. O Imprensa Jovem tem orgulho de fazer parte dessa história e de contribuir para o desenvolvimento de cidadãos globais conscientes e engajados.


Por Carlos Lima - Professor e educomunicador 


sábado, 3 de agosto de 2024

ONU conhece o Imprensa Jovem



Os estudantes da EMEF Leonor Mendes de Barros tiveram a oportunidade única de apresentar o projeto Imprensa Jovem aos representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Ministério da Justiça. Durante a visita, os alunos mostraram como o projeto é desenvolvido, destacando a integração com o Grêmio Estudantil e a Mediação de Conflitos.


A comitiva da ONU ficou impressionada com a agência de notícias estudantil e expressou o desejo de realizar um intercâmbio que conecte os jovens repórteres brasileiros com jovens de outras partes do mundo, incluindo a África. Alexandra Martins, coordenadora global do Programa de Prevenção às Drogas, representando o UNODC, destacou o interesse em promover essa conexão internacional.


Os jovens repórteres explicaram como funcionam os projetos e as ações de intervenção social realizadas na comunidade. Eles também apresentaram a Rádio Escola, um projeto que oferece informação e diversão durante os intervalos, além do "Imprensa Jovem no AR", uma iniciativa em parceria com a TV Cultura.

Alexandra Martins conheceu o Imprensa Jovem durante a cobertura do G20 em São Paulo. Em reunião com educadores paulistanos, ela manifestou interesse em conhecer o projeto mais a fundo em uma escola. Ela mencionou a qualidade do trabalho dos jovens repórteres nos eventos do G20 Brasil como motivo de sua visita.

A visita da comitiva da ONU à escola ocorreu após o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) firmarem uma carta de intenções. Essa carta visa construir a Estratégia para Eliminar a Violência Contra Crianças e Adolescentes e instituir a iniciativa Champs (Serviços de Prevenção Ampliada para e com Crianças e Adolescentes) no Brasil. O país será o primeiro do mundo a assinar uma parceria desse tipo com o organismo internacional.(Saiba mais)

Parabéns à equipe de gestão escolar, estudantes do Lab Leonor, Grêmio Estudantil e à professora Vania Sanderville pelo excelente trabalho e dedicação.


Por Carlos Lima: Educomunicador e professor

Foto: Imprensa Jovem Lab Leonor


Manual para elaborar projetos de Educomunicação: Passo a passo e orientações

Os projetos de Educomunicação têm como principal objetivo promover a formação para a produção e leitura crítica da mídia e suas tecnologias ...